Na live dessa segunda-feira, o convidado ilustre de Joyce Pascowitch foi o professor Mário Sergio Cortella, filósofo, educador e escritor, expert em traduzir sabedoria em prol de uma vida melhor. E a deliciosa conversa, que durou cerca de uma hora e colocou em pauta assuntos importantes em tempos de isolamento social, bateu recorde: mais de 4.700 pessoas assistindo – e participando – ao vivo. Sucesso!
Nascido no Paraná, Cortella, que ganhou o apelido de ‘muso dos tempos difíceis’, por suas colocações e ensinamentos sempre tão esclarecedores, contou que, aos 18 anos entrou na faculdade de Filosofia, mas preferiu se tornar monge na Ordem dos Carmelitas Descalços. “Fiquei três anos na clausura, fiz voto de castidade, pobreza e obediência. Foi uma experiência maravilhosa”, lembra ele, e emenda: “Uma dificuldade que não tenho nesse tempo de pandemia é de ficar em casa. Pela minha habitualidade com a clausura. Há mais de 70 dias que estou em estado de isolamento, e não é sofrimento para mim.”
O professor, casado com Cláudia Hamra, gestora do teatro FAAP, e pai de três filhos, garante que raramente briga com a mulher, mesmo em tempos de quarentena: “Deixamos para usar essa energia inútil em outro momento”, diverte-se, antes de focar em um de seus assuntos favoritos: livros!
Com 45 livros publicados, Cortella consegue ver um ponto positivo em meio à essa pandemia: “As pessoas estão aprendendo a lidar com as leituras. Um livro torna vivo o tempo. Não é apenas para passar o tempo”. Por motivos óbvios, é sempre consultado sobre o que ler, dicas de bons livros. Entre os que marcaram sua vida, além dos estudos mais profundos de teologia e filosofia, ele sugere a Bíblia judaico-cristão, ‘Angústia’, de Graciliano Ramos, ‘Quarup’, Antonio Callado, ‘Criação’, de Gore Vidal, ‘A Noite Escura e Mais Eu’, de Lygia Fagundes Telles, ‘Ratos e Homens’, de John Steinbeck, e ‘Linha do Tempo’, de Michael Crichton.
E qual a grande lição que tiraremos desses tempos tão difíceis? “Mais humildade intelectual. Não somos assim tão poderosos como imaginamos como humanidade. Solidariedade, que precisa ser colocada em um patamar mais protetivo e protegido. No futuro haverá maior dificuldade de convivência, de existência de um sofrimento que se adensa, e não posso me envergonhar de ter passado por tudo isso sem fazer nada. Só me escondi, me protegi? O que posso fazer para diminuir a dor de outras pessoas? Essa será uma lição. E também nossa compreensão sobre o ‘poder’ – nesse momento, da ciência, do gestor, da comunicação, o poder a serviço da vida, e não usada apenas para se servir… Mas como diria Nelson Cavaquinho: ‘O sol há de brilhar mais uma vez… a luz há de chegar aos corações…’
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