“Onde está meu coração” ganhou exibição especial do primeiro capítulo nessa segunda-feira na Globo e a série original Globoplay estreia na íntegra nesta terça-feira na plataforma. E pelo o que foi visto, a trama de George Moura e Sergio Goldenberg promete emoção e muito aprendizado ao contar a história da vida de Amanda (Letícia Colin), que sempre foi, aparentemente, normal.
A personagem é criada em uma família estruturada, de boa condição financeira e pais sempre presentes e amorosos que a levaram ao privilégio de seguir suas escolhas. Já adulta, a vida de Amanda ganha novas cores e desafios ao encontrar seu grande amor Miguel (Daniel de Oliveira) e ao descobrir a paixão pela medicina. Só que, mesmo com tudo ao seu alcance e todas as necessidades materiais resolvidas, ela começa a se fazer perguntas para as quais não encontra respostas. “O ser humano é vulnerável e isso é lindo, é o que nos faz se identificar com o outro, abandonar as nossas defesas, pedir ajuda. A nossa capacidade de amar vem de ser vulnerável. E a vulnerabilidade é o que nos fragiliza também, nos confunde, nos angustia, nos desencoraja, nos aprisiona. A Amanda é jovem, sensível, inteligente”, conta Letícia sobre o papel.
A trama que acontece em São Paulo, nos dias atuais, mostra como Amanda vive fragilizada. Em casa, o casamento com Miguel, por quem é apaixonada, passa por um momento de desencontro de desejos. O pai, David (Fábio Assunção), a mãe, Sofia (Mariana Lima), e a irmã, Julia (Manu Morelli) a admiram e a amam, mas se agoniam com as turbulências provocadas pelo seu desequilíbrio emocional. “É uma personagem contemporânea, uma mulher que vive numa cidade cosmopolita como São Paulo e que tem desafios profissionais e pessoais. Ela quer se provar uma médica tão boa quanto o pai e não aceita sua limitação e suas falhas. Ela não dá conta da vida como todos nós porque é uma ilusão achar que temos controle sobre a vida. E Amanda transborda, perde as rédeas”, explica a atriz.
As delicadas questões de família nunca tratadas, até então de maneira clara, o idealismo e a autoexigência na profissão de médica, escolhida por vocação e também por grande admiração ao pai, causam desconforto e aflição em Amanda, que se intensificam a cada dia que passa, na emergência do hospital onde trabalha. Amanda enfrenta, diariamente, a proximidade com a morte e se frustra quando não consegue salvar vidas e curar seus pacientes. Numa jornada vertical, ela tenta entender como e por que foi tão fundo na droga. O coração de Amanda pede serenidade e amor, mas, com as dificuldades provocadas pela dependência química, ela fica cada dia mais vulnerável. Em busca do que pensa ser sua paz e calmaria e para saciar suas vontades e fugir do seu pesadelo, ela procura refúgio nas drogas. “Acho que lidamos muito mal com a vulnerabilidade. O mundo condena a vulnerabilidade do outro, aponta como uma fraqueza, como uma displicência, sendo que isso é a única condição que nos faz todos iguais. Tudo na Amanda é muito forte. É uma personagem tão humana porque é imperfeita, como nós”, define Letícia.