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‘Eu tenho Um Nome’, de Chanel Miller / Crédito: Reprodução

Ela ainda não era conhecida quando surpreendeu milhões de pessoas com uma carta relatando o estupro que havia sofrido no campus da Universidade de Stanford. O desabafo de Chanel Miller foi publicado pelo Buzzfeed e visto por mais de 11 milhões de pessoas em apenas quatro dias. Com tamanha repercussão e apoio, a carta foi traduzida para diversos idiomas e lida no plenário do Congresso americano, inspirando mudanças na lei da Califórnia e a demissão do juiz do caso.

Desde então, Chanel se tornou mundialmente conhecida, principalmente quando decidiu transformar  sua história em livro para dar voz e encorajar outras mulheres a não se calarem diante de agressões. Assim nasceu o emocionante “Eu tenho Um Nome”, obra que venceu o National Book Critics Circle Awards e foi considerado um dos melhores livros por veículos como ‘The Washington Post’, ‘Fortune’ e ‘People’.

A história começa com Chanel contando um pouco sobre a sua infância e o período no ensino fundamental, em que faz questão de falar de seu jeito tímido e contido. Na breve e importante apresentação, seu nome não é revelado. O motivo? “Não há nenhum traço ou comportamento atribuído a mim. Fui encontrada como um corpo seminu, sozinho e inconsciente. Sem carteira, sem documento”, revela Chanel, que conta por meio de uma narrativa emocionante, tudo o que viveu para conseguir justiça e reparar o trauma do abuso que sofreu no dia 17 de janeiro de 2015. O acusado, Brock Turner, foi condenado em 2016 a apenas seis meses de prisão mesmo depois de ser flagrado agredindo Chanel sexualmente. Por esse motivo, a história da escritora vai de encontro à cultura de proteção aos agressores e expõe um sistema de justiça criminal falho com os mais vulneráveis.

‘Eu Tenho Um Nome’ é um livro de memórias contado de maneira simples, prendendo o leitor do início ao fim. É como se estivéssemos conversando cara a cara com Chanel descobrindo aos poucos tudo o que aconteceu e quais foram os seus sentimentos e dores diante da situação. Ao mesmo tempo, as páginas são tensas e fortes. É impossível não se revoltar com toda a injustiça, humilhação e sofrimento a que ela foi exposta.

Lançado no Brasil pela Intrínseca, é uma leitura necessária para enxergamos os casos de agressão sexual contra mulheres com verdadeira atenção e gravidade. “Eu Tenho Um Nome” faz você lutar ao lado da escritora e de todas as mulheres que sofrem diariamente com traumas ou o medo de serem abusadas.

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