A pauta antirracista tomou conta de debates que aconteceram dentro e fora das redes sociais e com o esporte não foi diferente. Após vários casos de violência policial destacados no noticiário internacional, muitos atletas resolveram se posicionar a favor das vidas negras e manifestaram apoio com atitudes, roupas, doações e declarações contra o racismo enraizado na sociedade. A seguir, veja quem foram eles e como impactaram na importante luta.
Lewis Hamilton
Um dos atletas que mais se posicionou politicamente em competições foi o piloto Lewis Hamilton, único negro na Fórmula 1. Em vários momentos ele usou camisetas com frases politizadas como “vidas negras importam” e “prendam os policiais que mataram Breonna Taylor”. Ele também fez gestos de luta contra o racismo como levantar o punho fechado e cruzar os braços em forma de x, em homenagem ao ator Chadwick Boseman, que morreu em agosto vítima de câncer e que deu vida ao personagem Pantera Negra nos cinemas. O posicionamento nas redes sociais gerou uma grande onda de elogios com pessoas agradecendo pela visibilidade que Hamilton estava dando à causa.
Mas os atos dele não parecem ter agradado a todos. Neste domingo (27), a Federação Internacional de Automobilismo decidiu banir o uso de qualquer camiseta na cerimônia do pódio depois que o atleta se manifestou por meio de sua roupa. Mesmo assim, o hexacampeão da Mercedes garantiu que não se arrepende de sua atitude. “Eu coloco meu coração no que acredito ser certo. As pessoas falam sobre esporte não ser um lugar para política, mas essa é uma questão de direitos humanos. Muitas regras já foram feitas para mim nos últimos anos e isso não me parou”, disse.
Atletas da NBA
Jogadores de basquete também se colocaram a favor dos protestos antirracistas que aconteceram pelo mundo após a morte de George Floyd, morto sufocado por um policial durante uma abordagem. Durante jogos da NBA, era possível ver mensagens a favor da campanha Vidas Negras Importam ou algumas citando os casos das mortes de Floyd e Breonna. Os atletas, então, resolveram se ajoelhar durante competições, em respeito às vidas perdidas. No entanto, os esportistas não pararam por aí e foram além ao saberem do caso que vitimou Jacob Blake. O homem negro estava em seu carro com seus três filhos quando foi abordado pela polícia. Um vídeo mostrou o momento da ação. Sem que Blake fizesse nenhum movimento brusco, os policiais atiraram várias vezes em suas costas, fazendo com que ele fosse internado em estado grave e que ficasse paraplégico. Com o caso, os atletas da NBA decidiram boicotar jogos durante os playoffs finais. Na época, o jogador Fred Vanvleet disse que “ajoelhar não estava adiantando” e que era preciso fazer algo a mais pelo movimento. Lebron James, principal destaque da liga, também disse estar “farto” desse tipo de situação. “Exigimos mudanças”, disse em suas redes sociais.
Neymar
O jogador de futebol foi vítima de racismo durante a partida do Campeonato Francês em que seu time, o Paris Saint-Germain, perdeu para o Olympique de Marselha. Na ocasião, o brasileiro foi expulso após agredir o zagueiro espanhol Álvaro González que, segundo ele, teria sido racista. “Único arrependimento que tenho é por não ter dado na cara desse babaca. Pegar minha ‘agressão’ é mole, agora quero ver pegar a imagem do racista me chamando de macaco filho da p*. Isso eu quero ver”, disse o atleta depois da partida em suas redes sociais. Após o episódio, o atleta recebeu o apoio de várias pessoas que se entristeceram com o fato de até um dos maiores jogadores do esporte da atualidade não estar “imune” ao tipo de ofensa em relação a sua cor. O regulamento disciplinar da Federação Francesa prevê 10 partidas de suspensão por comportamento racista ou discriminatório e ainda diz que a pena pode aumentar de acordo com as circunstâncias. (Por Giorgia Cavicchioli)