Antes vista pela Gap como uma chance de reconquistar clientes jovens, a parceria da varejista de moda americana com Kanye West já gera preocupações entre os executivos que a comandam. É que no primeiro comício da campanha pela presidência dos Estados Unidos que fez, realizado no fim de semana em Charleston, no estado americano da Carolina do Sul, o rapper insinuou que a Gap está sendo ingrata por não incluí-lo em seu conselho de administração e ameaçou “sair de cena” caso isso não seja reparado em breve. Resultado: no pregão dessa segunda-feira, a ação da empresa fundada pelo casal Doris e Donald Fisher em 1969 caiu 6% na Bolsa de Valores de Nova York.
Como Glamurama contou no fim de junho, West tinha assinado um acordo com a Gap para a produção de uma linha de roupas e acessórios com o selo de sua marca, a Yeezy, cujo potencial de vendas então previsto pelos investidores poderia ser o mesmo dos cobiçados sneakers que ele assina para a Adidas, e que geram receitas anuis próximas de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,89 bilhões) para a gigante alemã. Em razão disso, a ação da Gap disparou na bolsa de NY na época.
Aliás, na mesma ocasião West também reclamou de não fazer parte do conselho da Adidas, mas nesse caso foi mais brando nas ameaças e inclusive confirmou em seu discurso eleitoral que se tornou bilionário graças aos royalties de 15% que recebe por cada par de tênis Yeezy vendido. Por fim, o marido de Kim Kardashian se comparou com Moisés, o personagem bíblico que abandona tudo para atender um chamado de Deus, antes de criticar os democratas e se declarar contra o uso da pílula do dia seguinte. (Por Anderson Antunes)