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Juliana Paes para J.P de Julho || Fotos: Maurício Nahas

Personagem blasé não é com ela. Na sua melhor fase de vida – e de corpo! – Juliana Paes mostra que dá para ser sexy, feminista, politizada e continuar rindo à toa

Por Thayana Nunes para J.P de Julho || Fotos: Maurício Nahas

Dez anos se passaram desde sua primeira capa para a J.P e parece que estamos diante da mesma Juliana Paes. Ela ainda não tinha vivido Maya em Caminho das Índias, seu primeiro grande papel na TV, nem casado com Carlos Eduardo Baptista e tido seus dois filhos, ou alcançado o status de estrela, mas pouco mudou seu jeito de ser e de encarar a vida. Em 2008, foi a própria Joyce Pascowitch que a descreveu como uma mulher “pé no chão, que vive feliz, com um sorriso que teima em não sair dos lábios”. Pois ela continua exatamente assim. Sorrir é seu “estado de espírito e modus operandi”. E foi dessa maneira que ela passou todo o ensaio que você vê nestas páginas: distribuiu olhares e sorrisos sinceros, fez todo mundo cair na gargalhada, agradeceu a turma que trabalhava em pleno domingão – único dia que ela podia, dada a intensidade das gravações da novela A Força do Querer –, e deixou todos de queixo caído com o seu shape. “A gente se diverte vivendo um personagem. Coloca a roupa, um salto, cabelo, maquiagem. É muito bom poder brincar de se sentir de verdade.” Quer ver só? Aperta o play para conferir a energia da atriz no backstage do shooting.

O corpão, aliás, parece que foi a única coisa que mudou nos últimos tempos. Juliana perdeu aquela pose de boazuda que rendeu a ela o título de mais sexy do mundo e anos como rainha do Sambódromo. Está supersarada, com os músculos todos definidos. “Está mais sequinho, né?”, define, admitindo a mudança, e logo se explicando: é exercício todo santo dia, muay thai, TRX, funcional, cross fit. Sempre acompanhada de um personal trainer. Pensa que é fácil? Mas malhar agora só duas vezes por semana. Bibi Perigosa, de A Força do Querer, um dos papéis mais importantes de sua carreira, está exigindo 100% de seu tempo, e é só olhar a repercussão da história criada por Glória Perez. Baseada na vida de Fabiana Escobar, conhecida como a Baronesa do Pó, a personagem é intensa, cheia de altos e baixos. “Existe um momento que você se sente mais pronta e confiante para se jogar”, fala. O maior conselheiro para essa ótima fase é o diretor Luiz Fernando Carvalho, que a acompanha desde a novela das seis, Pedacinho de Chão, de 2014. “Ele me mostrou que não existe over acting. Se o sentimento é genuíno, esquece a cara que você está fazendo”, conta, imitando a careta da Bibi, que é um choro só na novela. A estudante de Direito, aliás, está começando a se transformar em Bibi Perigosa e aos poucos se deslumbrando com o universo do crime – e todo o poder e dinheiro que ele pode trazer. “A Bibi Perigosa é uma personagem muito complexa. Um belo dia as pessoas vão olhar e falar: Nossa essa daí vai virar uma bandidona mesmo que faz tudo por amor!”

Bem diferente da atual Juliana, que chegou a uma fase da vida em que se pergunta: “Para quê tanto?”. “Não se trata mais de dinheiro, mas sim de felicidade, de realização.” Pensamento típico de quem chegou lá. Pipocam contratos publicitários, tem dois produtos licenciados em seu nome – “mas recebo vários convites e não aceito” – e ainda é dona de um salão de beleza que ajuda toda a família. Não pensem que foi tranquilo. Alguns perrengues também cruzaram seu caminho, como a época em que o pai ficou em coma, o que contribuiu para a família perder um “alto padrão de vida e morar em um sobrado alugado, que teve a luz e a água cortadas”, ou ter de implorar na faculdade para não trancarem a matrícula por falta de pagamento. “Acho que sou assim, alegre, porque já passei tanta situação difícil, que sou muito grata a tudo. Não me dou o direito de ficar triste, de reclamar.”

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Vote na Ju

Apenas uma reclamação parece recorrente: a crise política no país. Um dos assuntos que ela mais gosta de discutir, seja na mesa do bar, seja com o marido, nos bastidores das gravações… “Tá me deixando p. Já houve um momento de raiva e de revolta, mas agora o que sinto é apreensão pela falta de norte. Esse é o pior cenário que a gente poderia estar vivendo.” Juliana acompanha as notícias, adora ler o que os estudiosos estão falando e por isso sabe se colocar e dá opinião como um bom entendedor. Ela também se interessa por questões, como a equidade de gênero, por exemplo. Desde 2015, empresta sua fama a campanhas de prevenção e de eliminação da violência contra a mulher como embaixadora da ONU Mulheres. Ela acredita que vivemos em “um país machista e preconceituoso, principalmente com mulheres.” Até mesmo em sua profissão. Tanto é que não tem receio de falar sobre os colegas: “José Mayer não pode mais fazer as mesmas brincadeiras que fazia nos anos 1980”, afirma, sobre o episódio em que o ator foi acusado de assédio sexual por uma figurinista da Globo em fevereiro. Segundo ela, outro problema do metiê é que atrizes, na faixa etária dos 50 e 60 anos, sofrem mais para encontrar papéis de peso. “Lilia Cabral e Eliane Giardini são apenas algumas que conseguem bons personagens. Escreve-se muito para as mulheres jovens”, diz ela, que pretende pisar no freio. “Quero trabalhar sim, mas não nessa batida em que eu estou.” Enquanto essa hora não chega, os trabalham continuam a mil: além de vê-la no horário nobre, ela chega aos cinemas em setembro com o remake Dona Flor e Seus Dois Maridos e, em novembro, participa das filmagens do novo longa, ainda sem título, do diretor Karim Aïnouz. Mais um papel forte: ela interpreta uma mulher que luta contra um câncer.

No holofote

O clima continua meio escurinho no estúdio de Maurício Nahas. Só uma luz é direcionada para nossa estrela. Juliana Paes surge vestindo apenas uma hot pant e um blazer branco. Maravilhosa. E a gente conclui que mesmo ela dizendo que está apenas interpretando, na verdade ela exala sensualidade. No carão, no jeito de andar e no olhar intenso. É dela. Arrasa, Juliana.

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