José Padilha recebeu a imprensa em uma coletiva agora há pouco em Copacabana para falar de “Robocop”, que estreia no Brasil nesta sexta-feira. “Não tenho obrigação por contrato de fazer uma franquia, então não pensei em continuidade na hora de dirigir o filme. Problema do próximo diretor. Respeito os fãs. Adorei o primeiro filme. Não gosto do segundo, nem do terceiro. E não dá pra tentar adivinhar o que o fã vai achar. Em relação ao público geral de cinema, os ditos fãs são minoria. O importante pra mim é que consegui fazer um filme político. O estúdio ficou com o pé atrás, mas quando chamaram aqueles grupos de discussão para avaliar, o filme recebeu uma pontuação altíssima e eles disseram que gostaram justamente por ser político.”
* Padilha garante que só aceitou fazer o blockbuster porque foram respeitadas suas condições. “Desde o ‘Ônibus 174′, tenho um agente nos Estados Unidos. Há dez anos que discuto fazer filmes lá. Não estava desesperado para trabalhar em Hollywood. Disse que só faria se fosse político e se pudesse levar meu fotógrafo, minha equipe. Ou me sentiria um peixe fora d’água. Em ‘Robocop’, o vilão não é só vilão, tem argumentos válidos. E o filme critica claramente a mídia americana. Falam que não é um longa violento, mas o robô metralha uma criança iraniana, então não sei… Os meninos querem ser o Homem Aranha. Ninguém quer ser o Robocop. O personagem não cabe no padrão. Mas o filme vai ganhar bastante dinheiro.”
* Sobre as críticas de não ter atingido a audiência esperada… “Nos Estados Unidos, o longa remou contra três marés: os fãs, que não querem discutir se tem fascismo, e sim se a roupa do Robocop tem que ser preta ou prata, a maior nevasca da história de lá e o fato de termos estreado no Valentine’s Day. Fala pra sua namorada que pra comemorar vocês vão assistir a ‘Robocop’ e vê o que acontece… Mas ainda estamos em primeiro lugar em 15 países.”