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João Havelange em setembro de 2011 || Créditos: Fernando Young/Revista PODER

Nesta-terça-feira, João Havelange morreu aos 100 anos de idade no Rio de Janeiro. Glamurama relembra entrevista exclusiva cedida pelo ex-presidente da Fifa para a Revista PODER em setembro de 2011. Nela, ele defende Ricardo Teixeira, ataca a Globo e diz que sua maior alegria seria ver a neta, Joana Havelange, em Zurique.

Por Pedro Henrique França
Fotos: Fernando Young

Todo dia João Havelange faz tudo sempre igual. Acorda às seis e meia, toma um café “ligeiro”, sai do apart-hotel onde mora e dá alguns passos até o Country Club, em Ipanema, no Rio. Nada 1.200 metros e faz mais 20 minutos de outros exercícios n’água. Então, volta para casa, arruma-se e segue para o escritório no Centro, onde fica até cinco da tarde. Aos 95 anos, ele mantém vitalidade, memória em dia e a formalidade que lhe é característica: sempre de terno e gravata, trata todos de “senhor” e “senhora”. Responde por ano 6 mil cartas e redige 2 mil cartões de Natal. “Há 30 anos minha assinatura é a mesma. Quando começar a se modificar, saberei que estou descendo a escada da vida um pouco mais rápido.”

Após 24 anos como presidente da Fifa, o homem que visitou 185 países “pelo menos três vezes” – com exceção do Afeganistão – continua de olho no lance. Acompanha e defende a atuação do ex-genro Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa. Diz que ele é um “excelente administrador” e acusa os detratores de “inveja”. Sobre um possível estremecimento entre Teixeira e as Organizações Globo, Havelange diz que a emissora dos Marinho só divulgou a denúncia que envolve Teixeira sobre um amistoso da seleção, em 2008, por conflito de interesses. “Por que isso? Porque mudou o horário de jogo. O Ricardo só não serve na hora que não faz as vontades”, dispara.

Mas João está atento mesmo aos passos da neta, Joana Havelange, fruto da relação de Ricardo com sua única filha, Lúcia Havelange. Joana é diretora-executiva do COL, nomeada pelo pai. O avô afasta a tese de nepotismo, sustenta que ela é “indiscutivelmente competente”, exige respeito ao seu trabalho e torce para que Joseph Blatter (atual presidente da Fifa, apoiado por Havelange) lembre-se dela quando a Copa 2014 acabar. “Seria uma enorme alegria.”

Nesta entrevista exclusiva, concedida em seu escritório no Rio, o ex-presidente da Fifa relembra, entre outras coisas, o episódio da separação de Ricardo Teixeira de sua filha Lúcia, aposta na dobradinha Felipão (e não Mano Menezes) e Parreira para a conquista da Copa e elogia Dilma Rousseff, apesar de revelar que não votou nela e que ficou “muito triste” em razão de a presidente ter requerido seu passaporte diplomático de volta. “Eu merecia isso? É isso que me dói, este é o meu país.”

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João Havelange em setembro de 2011 || Créditos: Fernando Young/Revista PODER

A seguir, trechos da entrevista.

PODER: O senhor disse ao organizador de sua biografia que viverá mais cinco anos e que sabe o que fazer com o tempo que lhe resta. O que seria?
João Havelange: No meu discurso ao Comitê Olímpico, disse que ficaria muito feliz com a escolha da minha cidade, o Rio de Janeiro, e, se ela fosse selecionada, estariam todos convidados para o banquete dos meus 100 anos. Todos se levantaram e aplaudiram. Veio a votação: o Rio teve 66 votos, ante 32 de Madri, o que demonstra a atenção do comitê com a minha solicitação. Também gostaria de completar 50 anos no comitê, e, para isso, precisaria de mais dois anos. Independentemente disso, fiz exames recentes e todos os órgãos estão bem. O meu cardiologista examinou minhas artérias e me disse, para minha alegria, que não tenho nenhum grama de gordura, o que é um alívio.

PODER: A sua neta, Joana, espelha-se muito no senhor. E o carinho é recíproco. Ela foi sempre a garotinha do avô?
João Havelange:
Eu tenho três netos, o Rico (Ricardo), mais velho, a Joana, do meio, e o Roberto. E eu tenho uma dor até hoje com o meu primeiro neto, Ricardo, por ter faltado ao aniversário de 1 ano dele. Eu me encontrava em Zurique e, em vez de voltar ao Rio, fui a uma reunião em Hong Kong. E isso me deixou triste. Mas ele me quer muito bem, a recíproca é verdadeira, e esse sentimento eu passei para todos os três. Eu e minha senhora (Ana Maria Havelange) temos eles sempre unidos. E sempre que puder fazer qualquer coisa por eles não deixarei de fazer.

PODER: O senhor já achava que a Joana entraria para o ramo do futebol?
João Havelange:
Ela quis se formar em administração, isso já era uma demonstração de que ela queria ir para uma empresa, alguma coisa nesse sentido. Com minha experiência na CBD, e principalmente na Fifa, eu te digo que o principal não é o time em campo ou o técnico: é o administrador. Não é torcer, tem de administrar.

PODER: O senhor acha que a sua neta está preparada para o cargo que ocupa hoje, inclusive a pressão por resultados?
João Havelange:
Ela é muito inteligente, tem cultura, é muito delicada, isso me preocupa. Quando a vejo, sempre pergunto se ela precisa de alguma coisa. O número de viagens que ela tem de fazer é impressionante. Mas ela se dedica e está servindo ao país, o que faz muito bem. A Joana tem sido indiscutivelmente competente. Na Fifa todo mundo a respeita e a adora. Ela é impressionante, não porque é minha neta, porque não é fácil. O senhor me perdoa uma vaidade? Ela é uma Havelange.

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Joana é a única neta com foto no escritório do avô (à esq.) e os adereços colecionados em 24 anos frente à Fifa || Créditos: Fernando Young/Revista PODER

PODER: A indicação dela para o cargo causa polêmica pelo fato de ela ser filha do seu ex-genro e sua neta. Ela diz que não tem aspirações de continuar no futebol. O senhor acredita que será apenas uma experiência?
João Havelange:
Quem vai dizer é a própria realização da Copa do Mundo. Eu tenho de fazer duas análises. Uma é a administração, o evento; a outra é o time, que é da CBF. Quem sabe quando terminar a Copa do Mundo não a convidam para ir para a Europa? Pode ser que a Fifa a convide. E, se isso acontecer, eu vou aplaudir. O que eu vejo, quando ela chega em Zurique, são todos, mas todos encantados por ela. Se eu lhe disser que não fico sensibilizado, eu mentiria. Todo mundo só fala o que o senhor acabou de dizer, que é filha do Ricardo, é neta do João Havelange, como se fosse uma desonra. Se ela tem valor, por que não usar?

PODER: O quanto o senhor interfere ainda nas decisões do futebol brasileiro? O senhor é de fato o conselheiro do Ricardo Teixeira, como dizem?
João Havelange:
O Ricardo só me procurou uma vez. Ele tinha perdido a Copa do Mundo, de 1990. E, quando veio 94, ele me disse: “Podia te pedir uma gentileza? O que que você me aconselha?”. Eu digo: “Você vai buscar todos de 74”. E aí foi buscar o Zagallo e o Parreira.

PODER: E se ele pedisse o mesmo conselho para 2014, quem o senhor indicaria?
João Havelange:
Eu não conheço o Mano Menezes. Mas tive uma excelente impressão de um sujeito [Luiz Felipe Scolari] em 2002, no Japão. Um dia ele me convidou para um almoço, eu fui, e aí começaram a chegar os jogadores. Da mesa, ele cobrava multa por atraso, colocava em uma caixa, e depois mandava a uma instituição de caridade. O pessoal tinha um respeito danado. E foi campeão e o Ronaldo tornou-se o maior artilheiro da Copa. Depois, foi para clubes da Europa e todo mundo o admira. Eu não tenho nada a ver com isso, mas o senhor está me perguntando quem é o melhor técnico hoje e eu te diria que neste momento é ele (Felipão). E, acima do técnico, um professor, um supervisor com experiência: Parreira.

PODER: A separação do Ricardo Teixeira de sua filha Lúcia é um episódio superado?
João Havelange:
Eu gostava muito… Gostava não, gosto muito do Ricardo. Mas fiquei triste: filha é filha. E só tenho uma. Mas um dia a minha mulher me chamou e disse: “Não se esqueça de que o Ricardo é o pai dos seus netos”. Foi uma pedra em cima e nunca mais. O que o Ricardo me pedir, eu faço.

PODER: O senhor e seu ex-genro têm negócios juntos?
João Havelange:
Nunca tive, meu filho. Vou lhe dizer uma coisa e não se esqueça disto: perdi meu pai com 17 anos. E, quando ele morreu, pedi trabalho para um amigo dele. Aprendi a arquivar correspondências, receber gente importante, visitar clientes. Um deles, ali no Engenhão. E hoje, por circunstância, está lá o estádio com meu nome. Depois de quatro anos, fui até o presidente da companhia e disse que ia me retirar: “Vou sair, porque não quero ter mais patrão na minha vida”. Ele virou-se para mim e disse que eu era teimoso, como meu pai. E eu retruquei: “O senhor me perdoe. Mas teimosia é burrice, eu sou determinado”. Depois fui para o ramo de viação, fiquei na Cometa 58 anos. Ninguém ficou na administração de uma empresa tanto tempo.

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João Havelange || Créditos: Fernando Young/Revista PODER

PODER: Existem cobranças, em relação à Copa de 2014. Uma delas sobre os R$ 30 milhões gastos para o evento do sorteio das Eliminatórias. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
João Havelange:
O senhor já imaginou quantos milhões de pessoas assistiram ao sorteio? Por que não fazem esse cálculo? É isso o que vale: levar a sua imagem e não ficar nesse “qui-qui-qui”, vai ganhar, vai provar, vai fazer. Ou a gente evolui ou não faz mais nada. Eu vi a grandeza do espetáculo. Agora sempre vem com “quanto é que está gastando”, como se todo mundo fosse ladrão. O senhor me perdoe, as poucas coisas que tenho na minha vida foi ter chegado à Fifa e à CBD. Digo mais: eu não tenho nada, se amanhã me desquitar, eu vou lhe pedir um emprego. Tenho tudo no nome da minha mulher. Da minha senhora vai para minha filha e os meus netos, e assim mesmo não é nada pra poder aplaudir, são meia dúzia de coisas. Nunca me toquei em nada [em dinheiro].

PODER: A presidente Dilma tem declarado que não vai atender todas as exigências da Fifa. Como ex-presidente da federação, ex-sogro do presidente da CBF e avô da diretora-executiva do Comitê Organizador da Copa, como tem visto essa atuação mais dura da presidente?
João Havelange:
O Ricardo é muito habilidoso, para isso o senhor tem de tirar o chapéu. Agora vou lhe dar a resposta de tudo isso. É preciso que essa gente saiba. Antigamente, até a Copa do Mundo de 98, a França recebia 60 milhões de turistas, que eles chamam de classe A e B, que gastam mil dólares cada um: são 60 bilhões de dólares! Depois da Copa, a França passou a receber 70 milhões. A Fifa deu de presente 10 milhões. O senhor tem de ver a Copa do Mundo sob esse aspecto, não só qui-qui-qui, qui-qui-qui. O governo se comprometeu, o presidente estava lá, tanto um (Lula) como o outro (Dilma). E deve ter uma continuidade, sobretudo porque, nesse caso, pior ainda, é o mesmo partido, é a mesma gente. Se o senhor quiser eu posso dizer isso em qualquer lugar, goste-se ou não, tenho nada a perder, não sou funcionário público, não tenho negócio com o governo, não tenho nada. O que o governo tem de fazer é cumprir com sua missão e o compromisso que assumiu tanto na votação da Fifa quanto nos Jogos Olímpicos.

PODER: Mas é importante que se tenha um controle desses gastos, não?
João Havelange:
Mas existe um Tribunal de Contas, meu filho. Não sou eu, nem ninguém. Não vamos só achar que somos isso ou aquilo, que o senhor não presta, meu Deus do céu. Por que que eu tenho direito de botar em dúvida o seu trabalho, a sua dignidade, a sua respeitabilidade? O senhor veja o Ricardo, hoje, tem o quê? Está com 64 anos, com a cabeça branca, não faz esporte, não faz nada, porque não tem tempo. Eu já disse que ele está se matando. Eu pelo menos, bem ou mal, com 95, nado todo dia, aporrinho todo mundo, mas tô aí. E o senhor pode ter certeza de que o senhor vai ter uma grata surpresa que é a minha neta, ela é João Havelange.

PODER: O que o senhor tem achado do governo Dilma?
João Havelange:
Não votei na Dilma, mas a presidente está me surpreendendo. Pela cultura, pelos conhecimentos, pela determinação e pela presença. Eu diria ao senhor que eu pediria a Deus que ela fizesse um segundo mandato: porque ela está modificando. E não entro em questões políticas, isso é outra coisa. O país precisa ser administrado.

PODER: Recentemente, tivemos um episódio de estremecimento do Ricardo Teixeira com as Organizações Globo. Como o senhor assistiu a isso?
João Havelange:
Enquanto interessou à Globo, o Ricardo era um gênio. No dia que ele quis tomar uma medida que poderia ferir a emissora, ela se volta contra ele. Agora, para a emissora, ele tem todos os defeitos, não presta. O senhor me perdoa, vamos deixar isso de lado.

PODER: Mas, na sua opinião, por que a Globo teria feito isso?
João Havelange:
Por que foi isso? O senhor sabe: porque mudou o horário de jogo [afetando a grade do Jornal Nacional e da novela das 9]. O senhor me perdoe, mas isso não é modo de fazer uma administração nem de analisar outra administração. Veja bem, tem jogo que começa quase 11 da noite, antigamente o sujeito saía do trabalho, assistia ao jogo no estádio e voltava pra casa. E aí só interessa por causa das novelas, de não sei o quê? O Ricardo só não serve na hora que não faz suas vontades? E as qualidades de antes? Joga pela janela. É uma tristeza. Vamos esquecer isso. [Interrompe: O senhor me perdoa, vou respeitar. Mas o senhor veio até aqui para falar da minha neta e é só Ricardo.]

PODER: É que os dois trabalham diretamente, é quase patrão e braço direito.
João Havelange:
Não, é um presidente eleito e uma diretora convidada.

PODER: Existe uma reivindicação, popular sobretudo, de renovação na CBF. O senhor não acredita que seria o momento?
João Havelange:
Nós não vivemos numa democracia? Quem é que vota? São as federações. E, se elas votam nele, o que você e eu temos a ver com isso? Nada. É como a Fifa, na qual fiquei 24 anos. No primeiro ano fui eleito, nos outros fui aclamado. O Blatter já está em seu quarto mandato, goste-se ou não. Isso é inveja, é mais fácil criticar do que oferecer alguma coisa. Todo mundo quer sentar na cadeira dele [Ricardo Teixeira], porque dá publicidade. E ele fica lá o tempo que quiser, porque quem vota são as federações, não é o senhor nem eu. Ele não está sentado lá porque quer, mas porque votaram. E está absolutamente dentro da lei. E acho que ele está fazendo uma excelente administração.

PODER: Seria então uma perseguição?
João Havelange:
Os anos que fiquei na Fifa foi por eleição, não pedi favor. O Ricardo também veio por eleição, não veio comigo. E, agora, porque convidou a Joana, que tem qualidades, criam problemas. Amanhã eu sou presidente da República e a chamo pra chefiar meu gabinete e aí isso é coisa…

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João Havelange || Créditos: Fernando Young/Revista PODER

PODER: Na política isso seria caracterizado como nepotismo. Isso não se aplica ao COL?
João Havelange:
Absolutamente. É por eleição, meu filho.

PODER: O Ricardo Teixeira, sim, mas levar a filha para esse posto não vincula a relação?
João Havelange:
(exalta-se) Ela é eleita? Não, é a qualidade dela, o valor dela. Meu Deus, então tem de ser uma analfabeta pra satisfazer toda essa gente? A Joana é de um valor, de uma dignidade, e quero respeito com ela.

PODER: O senhor ainda exerce influência na Fifa?
João Havelange:
Não, não me meto em nada. Quando sou chamado à Fifa, se posso ir, eu vou. Mas não interfiro em nada.

PODER: O senhor julga ser reconhecido pelo que fez pelo futebol?
João Havelange:
Eu aqui sou sempre maltratado e quem maltrata são nós mesmos. Eu não entendo essa minha gente, eu lhe juro. Sou político? Pedi coisa a alguém? Nunca, jamais. Uma das dores que eu tenho nesse meu coração foi ter sido proibido pelo Geisel de receber a condecoração francesa dentro da Embaixada no Brasil. O senhor veja o que tenho recebido deste país. Procuram sempre me botar pra baixo. E espero que não façam isso com a minha neta, eu lhe juro. É uma coisa que peço a Deus.

PODER: É um sonho ter a neta representando a terceira geração Havelange no futebol?
João Havelange:
Fico feliz. E gostaria que um dia o Blatter se lembrasse [da atuação dela] e depois da Copa de 2014 ele a levasse para Zurique. Eu já não estarei vivo ou estarei no final [da vida], mas se puder acontecer seria minha grande alegria. Não se esqueça de que a minha neta tem para mim um valor inestimável. Espero que ela seja o João Havelange futuramente!

PODER: E ela será?
João Havelange:
Ela é determinada como eu.

PODER: E que outros sonhos o senhor tem para o tempo que lhe resta?
João Havelange:
Ver a realização da Copa do Mundo e que ela traga benefícios ao turismo do nosso país. E os Jogos Olímpicos. Porque estamos falando da Copa do Mundo, que é realizada em 12 cidades. Mas a Olimpíada é só no Rio de Janeiro. Num mesmo dia, vão chegar 50 mil pessoas relacionadas a isso: delegações, federações, confederações, toda imprensa do mundo. Quatro coisas são necessárias: segurança, hotéis, circulação e aeroporto, que é do governo. E ele mexeu em alguma coisa? Não.

PODER: Como foi para o senhor distanciar-se do poder que a Fifa lhe trouxe?
João Havelange:
Sempre tive o respeito de todo mundo, em todo lugar. Você vai comigo no mundo árabe, você vai ver como me recebem. E tem uma tristeza hoje que me dói meu coração. A única gentileza que tive do meu governo foi com João Figueiredo. Pra facilitar minha movimentação, ele me concedeu passaporte diplomático. Agora, no governo Dilma, mandaram devolver. O senhor acha que eu fiquei satisfeito, que merecia isso? É isso que me dói, é este o meu país.

PODER: O senhor já pensou na morte? Como gostaria que ela chegasse?
João Havelange:
Como Deus quiser. Morrer é uma lei da vida. Só não queria que fosse de câncer, porque isso eu já assisti: minha mãe e minha irmã. E sei o que me trouxe de tristeza.

PODER: E como gostaria de ficar lembrado na história?
João Havelange:
Como administrador.

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