O plano da Amazon de construir uma segunda sede em Nova York foi por água abaixo. Anunciado em novembro, o projeto da empresa traria investimentos de pelo menos US$ 5 bilhões (R$ 18,6 bilhões) para a cidade e resultaria na criação de 50 mil empregos diretos, mas acabou gerando mais controvérsia do que animação em razão dos cerca de US$ 3 bilhões (R$ 11,1 bilhões) em incentivos fiscais que seriam presenteados pela prefeitura de lá para a gigante do e-commerce.
Muitos políticos locais classificaram como uma péssima medida a distribuição de tais benesses para uma corporação gigantesca cujo valor de mercado beira os US$ 800 bilhões (R$ 3 trilhões), ao passo que uma minoria formada por representantes do povo acreditava que ter o quartel-general de número dois da Amazon em NY (o número um fica em Seattle) seria algo mais positivo do que negativo, o que justificaria a generosidade.
No fim, a turma do contra levou a melhor, e nessa quinta-feira a companhia comandada por Jeff Bezos avisou que escolheu tirar seu time de campo por não ver sentido em se estabelecer onde não é bem vinda. Frise-se que pesquisas de opinião divulgadas recentemente apontaram que 70% dos nova-iorquinos era favoráveis a ideia de que Bezos e companhia fincassem mais uma base na região da Big Apple.
Já na Virgínia, onde também confirmou no ano passado que construirá um novo centro administrativo, a Amazon teve uma recepção bem mais calorosa mesmo apesar dos bilhões em incentivos fiscais municipais e estaduais que recebeu para fincar um de seus tentáculos em Arlington, uma das cidades com a maior renda per capita dos Estados Unidos. Nesse caso, as obras começarão ainda em 2019 e a previsão de inauguração é para meados de 2026. (Por Anderson Antunes)