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Iole de Freitas || Créditos: Juliana Rezende
Iole de Freitas || Créditos: Juliana Rezende
Iole de Freitas || Créditos: Juliana Rezende

Por Michelle Licory

Iole de Freitas está em cartaz com uma exposição no Museu de Arte Moderna do Rio. Paralelamente, ela inaugurou nessa quinta-feira uma outra, na galeria que a representa, Silvia Cintra + Box 4, na Gávea. As duas exposições marcam os 70 anos da artista plástica. Mas nada de retrospectiva de carreira, viu? “Não faço balanço, eu empurro pra frente. Detesto fazer balanço, retrospectiva… Já fiz, mas não gosto. Os outros fazem por mim. Não estou interessada. Quero justamente o oposto: o desafio”, nos disse, no último vernissage. Entre esses desafios… “Fazer uma exposição do porte da do MAM, que frequento desde os anos 60, e aos mesmo tempo fazer uma na minha galeria com essas relações de escala completamente diferentes.”

Equilíbrio precário

* Não falta disposição para Iole, que, nessa série, trabalhou em esculturas de até duas toneladas!  “Todas as peças são inéditas, feitas agora, nos últimos meses, dentro do contexto dessas duas mostras”, conta. “As duas exposições dialogam, os trabalhos são feitos dentro de um mesmo sistema, que se refere a essas situações de equilíbrio precário. Como você vê ali [ela aponta para uma das esculturas em exibição na Silvia Cintra], são 600 quilos apoiados em quatro pontinhas só. Lá no MAM tem uma de chão de 2 toneladas e duas aéreas que pesam uma tonelada cada uma. O que o trabalho procura? Fazer uma investigação entre peso e leveza. Ser algo de uma tonelada que flutua no ar, em formas sinuosas que impregnam todo o espaço e a percepção das pessoas com uma ideia de leveza, e no entanto são extremamente pesadas.”

Ambiguidade

“Esse material que eu comecei a investigar é extremamente duro para trabalhar, aço inox, porém ele tem uma ambiguidade: depois que você o curva e faz as torções, ele tende a desfazer a forma que foi impregnada nele. Então é uma investigação que me interessa, que gerou a exposição enorme no MAM e essa aqui, que pra mim é muito importante porque ela é um desafio maior do que a do MAM. É que eu trabalho com facilidade com grandes formas e grandes volumes. Quando você tem que criar trabalhos que são de escala um pouco menor, mas que detêm a mesma intensidade estética, é muito mais difícil. Outro aspecto interessante dessas peças é a possibilidade de ter superfícies refletoras e superfícies foscas. Em algum momento você tem as pessoas e o entorno refletidos nelas, e em outros momentos não, você tem uma opacidade que impede e funciona quase como uma parede.”

* Iole fica em cartaz na galeria até 3 de setembro e no MAM do Rio até 13 de setembro. Vem dar um passeio pela mostra da Silvia Cintra aqui embaixo!

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