Morto nessa segunda-feira, aos 91 anos, dias depois de sofrer uma queda em casa que resultou na fratura de um fêmur, Ennio Morricone esteve na ativa até os momentos meses de vida. O trabalho mais recente do compositor italiano cujas trilhas sonoras para filmes fizeram história em Hollywood data de janeiro, quando ele se apresentou no Palazzo Madama de Roma junto com a Orchestra Roma Sinfonietta, com a qual tocava desde sua fundação, em 1993.
Na ocasião, Morricone interpretou alguns de seus maiores sucessos, que incluem desde músicas feitas para longas como “Por Um Punhado de Dólares”, de 1964, ao mais recente “Os Oito Odiados”, de 2016 e dirigido por Quentin Tarantino. Este último rendeu lhe rendeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original, depois de quatro indicações à mesma estatueta entre 1979 e 2001.
Também dono de um Oscar pelo conjunto da obra que recebeu em 2007, Morricone também deixou sua marca em outros segmentos além do cinematográfico. Sua icônica faixa “The Ecstasy of Gold”, destaque em “Três Homens em Conflito”, de 1966, se tornou um hit também entre os fãs de heavy metal, já que abre os shows da banda Metallica e ainda ganhou homenagens dos Ramones.
Também são dele algumas músicas de comerciais que marcaram época: um de 1995 para a Dolce & Gabbana que é creditado por ter ajudado a maison fundada por Domenico Dolce e Stefano Gabbana a se estabelecer no mapa da moda, e outro de 2008, para a montadora italiana Lancia e estrelado por Richard Gere. Sem parar desde 1956, Morricone se negava a falar sobre aposentadoria e sempre dizia que morreria trabalhando. (Por Anderson Antunes)