Morto no fim do mês passado em um acidente de helicóptero que também custou a vida de outras quatro pessoas, Petr Kellner sem querer deu início a uma das maiores transferências de riquezas de seu país, a República Tcheca, da qual foi o homem mais rico entre 2012 até sua trágica morte durante uma viagem de férias pela região de Anchorage do Alasca, nos Estados Unidos.
Casado e pai de quatro filhos, ele deixou a maior parte de seus US$ 17,5 bilhões (R$ 98,5 bilhões) de patrimônio estimado para sua segunda mulher, Renáta Kellnerová, e os herdeiros, dos quais a mais famosa é a amazona profissional Anna Kellnerová.
O problema é que não há na República Tcheca, um país que até pouco tempo atrás estava entre os mais pobres da Europa, quase ninguém especializado nesse tipo de partilha. Só para se ter uma ideia, por lá agora existem apenas outros oito bilionários.
Controlados pela holding PPF, os negócios de Kellner são variados e incluem apostas em setores diversos como os de finanças, seguros, óleo e gás e comunicação, o que torna toda a situação ainda mais difícil, uma vez que Renata e companhia simplesmente não sabem como tocá-los.
Além disso, Kellner também possuía imóveis espalhados pelo mundo, inclusive uma ilha nas Ilhas Virgens Britânicas, além de mega-iates e alguns aviões, como um Gulfstream G500 de US$ 44,5 milhões (R$ 250,4 milhões). Ter tantos bens sem alguém de confiança por perto para indicar como mantê-los pode ser um problema e tanto para os muito ricos. (Por Anderson Antunes)