Na tentativa de manter embaixo do tapete os abusos sexuais que cometeu contra várias mulheres ao longo dos anos, Harvey Weinstein contratou até a gigante americana Kroll, que atua no segmento de inteligência corporativa, para investigar suas vítimas. A revelação foi feita pela revista americana “The New Yorker” nessa segunda-feira em uma matéria explosiva assinada por Ronan Farrow – lembra que no fim de outubro a gente contou aqui que o filho de Mia Farrow e Woody Allen estava na cola do ex-todo poderoso de Hollywood?
Pois bem, de acordo as descobertas de Ronan, o cofundador da Miramax e da The Weinstein Company também recorreu aos serviços da Black Cube, uma agência de detetives profissionais operada por ex-agentes do Mossad, o serviço secreto de Israel, e um jornalista freelancer cuja função era entrevistar as mulheres que ele teria abusado para descobrir o que elas sabiam e que poderia comprometê-lo. Tudo isso aconteceu em meados de 2016, quando Weinstein ainda estava no auge, mas as acusações contra ele começavam a ganhar espaço na grande mídia dos Estados Unidos.
Entre as mulheres que foram abordadas pela Black Cube, a mais famosa é Rose McGowan, que se encontrou com um detetive da agência sob a impressão de que se tratava de um ativista dos direitos das mulheres. O caso é cheio de reviravoltas dignas de filmes à la James Bond, com muitas gravações clandestinas, pessoas usando nomes falsos e stalking. Em resposta à reportagem da “New Yorker”, a Black Cube disse que não comenta assuntos relativos aos seus clientes com terceiros”, mas não chegou a negar a versão dos fatos exposta pela revista.
Em tempo: voltando a Ronan, a bronca dele com Weinstein é de longa data, uma vez que nem ele e muito menos sua mãe perdoaram o produtor por ter ressuscitado a carreira de Allen, com quem o jornalista não se relaciona desde que o cineasta rompeu a relação de 12 anos que tinha com Mia para casar com a filha adotiva deles, Soon-Yi Previn, no início dos anos 1990. (Por Anderson Antunes)