O controverso e, ao mesmo tempo, multibilionário segmento de criptomoedas, certa vez chamado de “fraude” por um dos banqueiros mais poderosos de Wall Street, acaba de ganhar um voto de confiança da centenária Gucci, que nessa quinta-feira (05) anunciou seu plano para aceitar pagamentos em bitcoin, ethereum, dogecoin e afins já a partir do fim do mês.
O novo meio de pagamento será somente em algumas de suas lojas nos Estados Unidos nesse primeiro momento. Se tudo correr bem, do segundo semestre de 2022 em diante a maison italiana deverá adotar as criptos como meio de pagamento válido para todos os seus pontos de venda no país, eventualmente expandindo a medida para seus mais de 500 pontos de venda mundo afora.
Essa decisão favorável para as moedas digitais é apenas mais uma evidência de que a Gucci, parte do conglomerado francês Kering, é a mais “fashion tech” entre suas pares no mundo da moda. A grife, inclusive, foi uma pioneira no uso de Web3, uma tecnologia ainda um tanto quanto utópica descrita como “a internet do futuro” e baseada em blockchain (espécie de livro-razão virtual), além de boutique própria no metaverso, na qual vende NFTs (Tokens Não Fungíveis, na sigla em inglês).
No ano passado, a grife fundada em 1921 por Guccio Gucci deu o que falar quando lançou um tênis, o “Virtual 25”, disponível para compra apenas em plataformas de inteligência artificial, ao custo de US$ 12 (R$ 60) por par, que esgotou em questão de horas.
Como Glamurama contou no mês passado, François-Henri Pinault, CEO do Kering, é um entusiasta de todas essas novidades tecnológicas, tanto que até criou um departamento dentro do gigante do luxo que trabalha exclusivamente em seus desenvolvimentos. Enquanto isso, Bernard Arnault, CEO do LVMH e maior concorrente de Pinault, diz preferir focar seus esforços apenas no “mundo real”.