Ao mesmo tempo em que arrancou elogios de fashionistas com uma coleção recheada de críticas ao nacionalismo britânico na Semana de Moda de Londres, em desfile realizado no último domingo, a Burberry provocou uma polêmica daquelas em razão de uma das peças que apresentou na ocasião: um moletom que tinha uma sugestiva corda de enforcamento, com regulador e tudo, como “toque principal” na altura do pescoço.
Não pegou nada bem, sobretudo porque muita gente entendeu que os designers por trás do look tentaram fazer “graça” com um assunto muito sério, e que no caso é o suicídio, e o próprio CEO da maison se viu forçado a pedir desculpas. “Lamentamos profundamente a angústia causada por um de nossos produtos, que já foi retirado de linha”, disse o italiano Marco Gobbetti, que comanda a Burberry desde 2017, nesta terça-feira.
O pior de tudo é que Liz Kennedy, a modelo que usou o controverso moletom na passarela, afirma ter alertado os produtores do fashion show sobre o risco de exibir algo assim, mas foi ignorada. “Suicídio não é um assunto de moda”, a top postou no Instagram mais tarde. “Avisei todo mundo que seria um erro, mas ficaram fazendo piadinhas e apenas me disseram que eu deveria escrever uma carta expondo meu ponto de vista”, completou.
Em nota, a Fundação de Saúde Mental do Reino Unido (MHF, na sigla em inglês) também criticou a Burberry. “É muito frustrante ver esse tipo de representação do suicídio em nossos dias e principalmente quando se leva em conta tudo que falamos sobre as questões de saúde mental em anos recentes”, disse Antonis Kousoulis, o presidente da entidade. Ele reconheceu, no entanto, “que pelo menos os responsáveis pediram desculpas”. (Por Anderson Antunes)
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Abaixo, o post de Liz Kennedy no Insta: