Greve dos roteiristas norte-americanos e o impacto na cultura atual

Foto: Irfan Khan / Los Angeles Times via Getty Images

Está por fora do que está rolando no universo do entretenimento? Pois saiba que uma mega greve dos roteiristas norte-americanos está em andamento desde o início de maio, afetando o calendário do cinema, TV e streaming.

Desde 2007, na última paralisação da categoria, que resultou em um prejuízo de mais de 2 bilhões de dólares aos grandes estúdios, esses profissionais não conquistaram grandes mudanças em seus contratos de trabalho e muita coisa mudou desde então com a chegada dos streamings. Antes, a cada reprise de uma produção eram pagos valores residuais para os roteiristas, o que garantia bons rendimentos. Atualmente, isso não acontece mais porque não se tem controle de quantas vezes é reprisado determinado produto, pois os assinantes de uma plataforma podem assistí-lo quantas vezes quiser. Com isso, os roteiristas passaram a receber apenas uma vez.

Por essas e outras, a categoria pede atualização nos valores dos salários, além do que as produções hoje em dia têm menos episódios, mas a remuneração não foi atualizada de maneira crescente, o que gera um déficit. Apesar do novo modelo beneficiar mais roteiristas, por conta do volume de trabalho, perde no quesito faturamento porque os valores oferecidos são mais baixos e pulverizados.

De acordo com o sindicato dos roteiristas WGA (Writers Guild of America), o salário médio dos roteiristas caiu cerca de 4% na última década e, se contar a inflação, essa perda sobe para 20%.

Outra reivindicação é, segundo eles, a ameaça da inteligência artificial, que produzir conteúdo de forma instantânea, baseando-se em roteiros já escritos. O sindicato quer garantir que exista o envolvimento humano na criação de roteiros e salários mais justos para compensar o crescimento de contratos por obra ou por tempo limitado.

Produções afetadas pela greve

Divulgação/HBOMax

Euphoria: as gravações da terceira temporada só irão começar depois do fim da greve, de acordo com Sam Levinson, criador e diretor da série. Em Cannes, o produtor Jeremy O. Harris implorou para que David Zaslav (CEO da Warner Bros. Discovery), aceitasse as reivindicações para que a série possa retornar à produção normal.

Divulgação/Netflix

Stranger Things: os Irmãos Duffer, criadores e diretores da série, anunciaram que as gravações da última temporada do carro-chefe da Netflix, estão suspensas até o fim da greve.

Reprodução/iMizurii

Blade: o filme anunciado pela Marvel em 2018, entraria em produção em 2023 para a estreia no ano que vem. Isso já mudou e o longa segue sem data definida para a estreia.

Divulgação/Netflix

Cobra Kai: as gravações da última temporada foram paralisadas em apoio a greve.

Divulgação/HBOMax

The Last of Us: os testes de elenco para a segunda temporada, que orginalmente estrearia em 2024, foram suspensos, mas a data de estreia da nova temporada ainda está mantida. Mas corre o risco de mudar caso a paralisação se estenda por muito tempo.

Divulgação/Hasbro

Power Rangers: as produções infanto-juvenil também serão afetadas, como a nova série dos heróis coloridos que iria entrar em pré-produção de uma nova temporada em um novo universo de mídias, gerenciado pela Netflix. O status atual segue indefinido, já que sua estreia estava marcada para 2024.

Divulgação/ABC

Grey’s Anatomy: o principal roteirista da série, Beto Skubs, deu indícios de que a produção de episódios pode atrasar e a 20º temporada pode ser encurtada, como já aconteceu por conta da paralisação de 2007.

Séries como 9-1-1, American Idol, The Bachelor, The Conners, The Good Doctor, HIGH POTENTIAL, Not Dead Yet, The Rookie, Station 19 e Will Trent tiveram suas estreias adiadas pelo canal ABC.

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