Glamurama foi conhecer em primeira mão a milionária Casa Daros, no Rio

Um prédio de 1866 cercado de palmeiras imperiais em Botafogo, no Rio, foi comprado em 2006 por Ruth Schmidheiny, bilionária suiça colecionadora de arte contemporânea latino-americana, para abrigar parte de seu acervo particular e torná-lo acessível ao público. Ela já tem um espaço em Zurique, mas queria um endereço no continente. Pensou primeiro em Cuba, só que a política não ajudou. Sorte dos brasileiros e, principalmente, dos cariocas. Depois de um investimento de R$ 83 milhões – entre aquisição, restauração e reformas – a inauguração finalmente acontece neste sábado, mas Glamurama foi convidado a conhecer tudo antes, nesta quarta-feira.

O projeto – sem fins lucrativos – não se beneficiou de nenhuma lei de incentivo ou qualquer recurso público e pretende instalar um programa de bolsas de estudo, além de parcerias com comunidades carentes. Na fachada, há uma imponente Nossa Senhora das Graças, então foi encomendado a Vik Muniz um trabalho com o entulho da obra. Ele recriou a imagem da santa e o resultado está em exposição na casa, que também já ostenta uma instalação de Iole de Freitas, “Para Que Servem as Paredes do Museu?”. No entanto, a primeira mostra montada por lá não é verde e amarela. “Cantos Cuentos Colombianos” foi a escolhida para lançar a programação, com peças de dez artistas do país. Três deles participaram do encontro de hoje: Juan Manuel Echavarría, María Fernanda Cardoso e Fernando Arias.

“Escolher esse prédio foi um ato de megalomania… E foi uma aventura montar nossa coleção. Viajamos do México à Patagônia. Foi quase fácil. O campo estava tão rico, cheio de talentos. Na época em que começamos, lá na Europa ninguém sabia do valor da arte contemporânea latino-americana”, disse Hans-Michael Herzog, curador e diretor artístico à frente de todo o acervo, com mais de mil itens, que incluem Lygia Clark, Ernesto Neto, Hélio Oiticica e Antonio Dias. “Não compramos nada só porque tem nome”, avisa Herzog. Mas nem pense em questionar seus critérios. O tempo fechou com uma jornalista argentina que tentou embarcar nessa. Acabou numa discussão ácida sobre a arte pela arte…  Depois, foi servido um brunch no Mira!, restaurante do centro cultural, que é dos mesmos donos do Oui Oui e Miam Miam.

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