por Julia Xavier*
Na última semana trouxe uma reflexão a respeito das relações que mantemos em nossas vidas e o quanto elas podem auxiliar ou atrapalhar no âmbito profissional. Mas como vamos manter boas relações se não tivermos autoconhecimento e inteligência emocional?
Infelizmente em boa parte de nossas vidas acadêmicas somos avaliados apenas por algumas notas que dizem se sabemos ou não determinada matéria, e aquilo parece definir se seremos bons profissionais. Na verdade, aquela nota diz pouco ou quase nada sobre nós. Afinal, não é uma conta matemática fará diferença na hora de trabalharmos em grupos, de lidarmos com outras pessoas, de entendermos nossos próprios sentimentos.
É lógico que a competência técnica é essencial para qualquer profissional, mas atualmente as empresas entendem que não compensa contratar o melhor profissional no aspecto técnico se ele não for capaz de trabalhar em grupo e de se relacionar com outras pessoas.
Lembro claramente de quando estava no Vale do Silício e visitei a 42 School, renomada escola de programação, e uma das coordenadoras do local disse a seguinte frase: “Não adianta você ser o melhor programador e não ter um bom coração”. Por mais “bobo” que pareça o fato de ter um bom coração, o que ela quis dizer é que as empresas contratam o profissional pelo conjunto de características que ele apresenta, inclusive de competências socioemocionais.
Recentemente assisti um Ted Talk de um cara chamado Maximilian Park, em que ele aborda justamente a importância da inteligência emocional para os jovens e o quanto esse tema deveria ser abordado de forma recorrente nas escolas. Ele diz que as emoções são quebra-cabeças que temos que resolver todos os dias para nos tornarmos pessoas melhores e mais saudáveis, e isso é muito mais fácil se entendermos de onde estão vindo.
Costumamos achar que nosso sucesso virá da maior capacidade técnica que conseguirmos atingir, quando, na verdade, o sucesso virá de muitos outros aspectos que estão dentro de nós. Aspectos que, muitas vezes, nem buscamos desenvolver.
Pesquisas comprovam que pessoas com inteligência emocional ganham mais, têm maior empregabilidade e uma saúde melhor no geral. Portanto, antes que seja tarde, precisamos buscar essa inteligência para nos tornarmos profissionais de excelência, e como já disse em outro texto, não ser apenas mais um na multidão e sim ser o 1% que faz a diferença. (* Julia Xavier cursa Publicidade e Propaganda, e passou a se interessar pelo universo das startups, da inovação e do empreendedorismo após viagem ao Vale do Silício).