Geração Z: Audino Vilão analisa como a internet se tornou adversária da ciência ao minar o pensamento crítico da população

Pensamento crítico? || Créditos: Getty Images

Pensarmos na vida desconectada hoje em dia é de fato uma tarefa que chega a se assemelhar ao apocalipse. O fenômeno da internet mudou sem dúvida as relações humanas das mais simples, como a escola, até as mais complexas, como os relacionamentos amorosos.

O que se imagina de uma ferramenta tão poderosa é que ela exista para auxiliar o ser humano em seu desenvolvimento enquanto civilização. Porém, em contextos recentes começamos a ver indícios do quão perigoso e infeliz pode ser o impacto da internet em nossas vidas se usada de maneira irresponsável e maquiavélica.

Não é de agora que as informações falsas são divulgadas na web. Na verdade, as notícias irônicas e brincadeiras estão presentes desde os primórdios da internet, contudo, a manipulação se torna cada vez mais ameaçadora ao tomar proporções indevidas, o que reflete em uma massa de manobra e influência negativa no senso comum da população. O crescimento das fake news está tão grave que até governantes usam de tal tática para tirar vantagem política em suas ações.

Atualmente, quem sofre muito ataque no meio digital é a ciência. As teorias conspiratórias em torno da Covid-19 fazem as pessoas acreditarem que o vírus foi criado em laboratório para dominação mundial até pseudos pensadores contemporâneos que instigam o ceticismo irracional sobre o vírus. Há teorias anti-vacina que manipulam ideologicamente as informações, ironizam dados reais. Além disso, entre os muitos delírios temos, por exemplo, o que declara (incorretamente) que a vacina vem com um microchip.

Mas a reflexão que trago é a respeito da internet como ferramenta, fruto da ciência e como ela se tornou instrumento para combater a própria ciência. O meios digitais estão sendo usados para conter o pensamento científico? Deveríamos estabelecer uma conduta moral dentro do espaço que nos proporciona uma sensação de liberdade absoluta?

Já sabemos que o problema é o mau uso e a propagação da desinformação e de notícias manipuladas, sendo o melhor combate para isso a conscientização partindo de autoridades, influenciadores, celebridades e até você, leitor, que pode alertar seus parentes e amigos virtualmente quando aparecem as famosas “correntes de WhatsApp” com fake news.

Os grandes comunicadores que dialogam com a massa e são ouvidos por quase todos podem usar seu poder e espaço como incentivo para que as pessoas sempre verifiquem a fonte da notícia, o teor que está por trás daquele ‘zap’, as montagens em fotos com títulos sensacionalistas, e etc.

A união da comunicação deve se manter como uma corrente pró-verdade e não uma segregação virtual que aumenta o espaço para as mentiras que acabam muitas vezes em tragédias como temos presenciado em nosso país, e no mundo. (*Audino Vilão, filósofo, cursa História na universidade e é youtuber – no insta @audinovilao e no Youtube)

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