Gabriela Duarte, que estava morando nos Estados Unidos com a família, voltou para o Brasil especialmente para estrelar “Orgulho e Paixão”. E não poderia estar mais satisfeita com sua personagem, a poderosa e amargurada Julieta, que vai revelar nos próximos capítulos que seu filho foi fruto de um estupro – resposta para suas atitudes controversas. “Ela é uma viúva bem dura, austera, que a vida maltratou bastante. Acabou virando essa pessoa amarga. Mas a novela tem essa questão de ser meio fábula e vai mostrar que o amor no fim vence, amolece o coração de todos. E é o que a gente está precisando hoje em dia: de amor. As pessoas chegam em casa cansadas e podem ver uma coisa leve na TV. Tem drama, mas também muito romance nessa história”.
“Uma sociedade mais justa, que não dependa tanto do governo”
Sobre voltar ao país… “Estou adorando. A situação não anda muito boa pra ninguém, mas acho que, apesar de estar tudo muito difícil, estamos em um caminho ascendente, de melhora, de cair na real, entender que precisa passar por isso para virar uma sociedade mais justa, mais digna, que não dependa tanto do governo. Temos que depender mais da gente mesmo, do cidadão em si. Precisamos ditar mais as regras, é isso, é o que temos, o momento é esse”.
“Vai ter alguém aí que vai assumir de uma forma menos egoísta”
Perguntamos se a atriz está otimista em relação às próximas eleições. “Sempre tenho esperança, mas se está me pedindo pra dar um nome, não, isso não tenho, mas não tenho mesmo. De qualquer forma, acho que as coisas vão melhorar. Vai ter alguém aí que vai assumir de uma forma menos egoísta. Vai pensar mais no todo… Isso que a gente está precisando: pensar no Brasil como nação, não individualmente. As esperanças estão todas aí, vamos ver…”
“Não tenho medo de nada nesse sentido”
A mudança de volta é de vez, ou deixa o país depois da novela? “Mudamos de volta de vez, está ótimo”. Comentamos que algumas atrizes da geração de Gabriela – e um pouco acima – foram dispensadas da Globo ultimamente, como Malu Mader e Maitê Proença. “Não tenho acompanhado isso, mas ainda sou funcionária da emissora”. Tem medo dessa nova política da empresa? “Não tenho medo de nada nesse sentido. O que tiver que ser, vai ser”.
“Aquela que dá e passa”
Próximo assunto: família. Já deu vontade de aumentar? “Tive vontade, não vou negar, mas aquela que dá e passa. Hoje meu mais novo está com 6 anos já. É difícil criar um outro ser humano, é a coisa mais difícil mesmo da experiência humana. É uma responsabilidade. A gente tem obrigação de dar pra essa nova geração uma coisa que nunca tinha pensando que fosse ser necessária, e que tem a ver com era digital… O mundo mudou muito, criar filho hoje é um desafio maior do que foi para os nossos pais. Temos que proteger as crianças e está difícil porque a informação está em todo lugar…”
“Mãe não é pra ser legal, é pra por limite, dizer o que é melhor – ou menos pior”
Como Gabriela faz com seus dois pequenos? “Sei a senha dos celulares. Meu controle é total. Esse terreno não é o da liberdade. Eu fico de olho, boto tempo pra usar celular. Isso não é besteira. Se deixar, ficam o dia inteiro. Eles ficam bravos, bravíssimos. É ódio. Mas eu não estou nem aí. Mãe não é pra ser legal, é pra por limite, dizer o que é melhor – ou menos pior às vezes”. (por Michelle Licory)