Gabriel Godoy está no ar em “Verão 90” como Galdino, que ganha cada vez mais destaque na trama, se prepara para estrear três filmes e está na expectativa para o lançamento da série “Homens”, no canal “Comedy Central”, no dia 18 de março, que vai questionar de forma crítica e cômica o machismo.
Na novela, o ator celebra o crescimento do personagem que define como “pilantra romântico” e contrapõe às maldades de Jerônimo (Jesuíta Barbosa) e Vanessa (Camila Queiroz). “Meu personagem tem um ar mais “clown” (palhaço, em inglês). Não tem como comparar com os outros. Atuamos no estilo ‘um bate e o outro recebe o soco’”, conta.
Uma das conquistas para o ator é a sintonia com Camila: “Com o Jesuíta eu estava mais tranquilo, mas não tinha ideia de que funcionaria tanto com ela, tem sido uma ótima surpresa que tem tudo para melhorar”, conta. E prepare-se, Galdino ainda vai aprontar. Nos próximos capítulos o cafajeste promete uma virada: “Depois de achar potes de doce de leite, ele vai produzir e vender sonhos e ficará rico, mas logo depois perderá tudo”. O mistério fica por conta do fechamento dessa história, que mostrará o Brasil real de 1990. “Ainda não posso dar spoiler, mas todo o elenco estará envolvido nessa fase do ‘doce de leite’ e para encerrar, as autoras vão homenagear um momento inusitado do país”, explica. “Pode até pesquisar o que é, mas tenho certeza que não vai encontrar…” (risos)
Diante das lembranças trazidas à tona pela novela, Gabriel ainda conta que tem relembrado questões difíceis como o Plano Collor que bloqueou o dinheiro da poupança dos brasileiros: “É uma recordação assustadora”. Mas é na tecnologia que ele tem visto as principais mudanças, e nem sempre para melhor: “O telefone com fio é o que mais destaco. Quem imaginou que um fio era sinônimo de liberdade? Hoje somos escravos do celular”, lamenta.
Agora, a expectativa do ator é pelo lançamento da série “Homens?”, criada por Fábio Porchat com produção do Porta dos Fundos, que também marca o início das produções nacionais da Amazon. Gabriel dará vida para Gustavo, um cara imaturo e inconveniente, segundo o próprio ator. “Faço parte de uma geração criada com machismo que ainda está impregnado. Para fazer o Gustavo, minha namorada (Bruna Gerin) me ajudou muito, pois os homens precisam assumir primeiro o machismo para depois começar a debater, se conscientizar e ficar atento para mudar essa situação.” Como? “Ah, quando você está em uma roda de amigos, por exemplo, vale não rir de uma piada machista, dar uma dica de que aquilo não é bacana e por aí vai. Ninguém é perfeito e tenho medo daqueles que chamo de ‘professores de Deus’, que acham que sabem de tudo. Gosto de pessoas que estão em busca de algo, sempre para evoluir”, completa.
E esse não é um assunto novo na carreira de Gabriel. Na série “Assédio”, de 2018, ele foi Leandro, marido da protagonista Daiane (Jéssica Ellen), que julgava a mulher como “exagerada” ao relatar um episódio de assédio. “Esse é um tema bem pesado de se tratar e me fez muito feliz como ator, um trabalho intenso”, relembra.
E como nem tudo é a telinha, Gabriel ainda tem três filmes para serem lançados em 2019: “Incompatível”, “A grande mentira” e “Maior que o Mundo”. Alguma dúvida de que 2019 é o ano dele? (por Fernanda Grilo)