Fundador do canal de televisão a cabo americano “BET”, que é voltado ao público afro-descendente dos Estados Unidos, Robert Johnson vem defendendo nos últimos dias que o governo de lá lance um plano de US$ 14 trilhões (R$ 73,6 trilhões) para reparar os danos causados pela escravidão, que foi abolida em 1865 no país. Para efeito de comparação, o PIB dos Estados Unidos em 2019 foi de US$ 21,43 trilhão (R$ 128,47 trilhões).
De acordo com Johnson, só mesmo uma iniciativa dessa magnitude serviria para atingir a equidade racial entre os americanos e evitar que casos como a morte de George Floyd, um preto assassinado por um policial branco na semana passada, se tornasse um caso de segurança nacional como acabou acontecendo.
“O momento requer que atitudes grandiosas sejam consideradas”, Johnson disse em uma entrevista que deu para o canal de notícias econômicas “CNBC” nessa segunda-feira. “O que precisamos é distribuir renda e priorizar a educação para todos, que é o que permite o acúmulo de riquezas”, o magnata de mídia explicou.
Apesar de aparentemente mirabolante e impossível de ser realizado, o plano de Johnson, que mantém uma boa relação com o presidente Donald Trump, conta com a simpatia de vários especialistas. Além disso, uma pesquisa recente do Pew Research Center revelou que 63% dos americanos acreditam que o legado negativo da escravidão nos EUA é o que afeta a posição das pessoas negras na sociedade americana atual. (Por Anderson Antunes)