Mais uma grande companhia de varejo dos Estados Unidos entrou com pedido de recuperação judicial na justiça de lá, conforme acaba de ser anunciado. Em crise há anos, a icônica J. Crew não resistiu a piora generalizada no cenário econômico do país causada pela pandemia de Covid-19, e por isso decretou falência em um tribunal do estado da Virgínia nessa segunda-feira.
Com dívidas de US$ 1,65 bilhão (R$ 9,2 bilhões), a gigante de moda informou nos autos da ação que já conseguiu se acertar com a grande maioria de seus credores, possivelmente com a entrega de parte de seu capital para alguns deles, e que continuará funcionando normalmente durante o desenrolar do processo. Ainda não há informações sobre eventuais demissões.
Fundada em 1947, a J. Crew viveu uma de suas melhores fases entre 2008 e 2010, sob o comando de Jenna Lyons. Diretora-criativa e presidente da empresa, a executiva conseguiu triplicar suas receitas para quase US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bilhões) em 2011 focando principalmente nas consumidoras, e foi descrita na época pelo “The New York Times” como “a mulher que veste as americanas”.
Lyons ficou na J. Crew até 2017, quando decidiu pedir demissão. De lá pra cá as quedas nas vendas da varejista com 506 pontos de venda nos EUA se acentuaram, o que é em parte atribuído à decisão do substituto dela, Somsack Sikhounmuong, de focar menos nos ambientes das lojas e nas campanhas de marketing e mais nos produtos finais para todos os tipos de consumidores. (Por Anderson Antunes)