Conforme Glamurama adiantou no mês passado, a Barneys New York oficializou na manhã dessa terça-feira um pedido de falência em um tribunal de Nova York no qual também prometeu promover um drástico corte de despesas. Há tempos lidando com problemas causados pelos altos valores que paga para ocupar endereços hypados e, principalmente, pela concorrência cada vez maior que enfrenta no segmento de e-commerce, a icônica rede de lojas de departamento de luxo dos Estados Unidos, que foi fundada em 1923, deve pelo menos US$ 10 milhões (R$ 39,9 milhões) apenas em alugueis atrasados.
Um dos maiores símbolos de consumo para os americanos, a Barneys conta atualmente com 27 pontos de venda no país, sendo o mais famoso de todos aquele que fica na Madison Avenue de NY. Só nesse caso específico, o aluguel saltou de US$ 16 milhões (R$ 63,8 milhões) para US$ 30 milhões (R$ 119,6 milhões) anuais na última renegociação contratual, que rolou em meados do ano passado. Sócios da empresa, no entanto, já se comprometeram a aportar em torno de US$ 75 milhões (R$ 298,9 milhões) imediatamente para evitar o pior, que seria o fechamento de suas portas.
Outro problema seriam os mais de 2,3 mil funcionários da Barneys, dos quais 90% trabalham em período integral. Grandes varejistas dos EUA preferem contratar seus colaboradores para trabalharem meio período, a fim justamente de evitar uma folha de pagamentos inchada demais. Em razão disso, um poderoso sindicato de trabalhadores do comércio da Big Apple já entrou em cena para defender os interesses daqueles que dão expediente “full time” na Barneys, e que agora correm o risco de perder o emprego, como geralmente acontece nesses casos de bancarrota. Traduzindo, vem briga das grandes aí. (Por Anderson Antunes)