Francis Ford Coppola vai investir R$ 520 milhões em drama épico ambientado em Nova York

Francis Ford Coppola || Créditos: Reprodução

Conhecido por colocar dinheiro do próprio bolso em seus projetos cinematográficos, Francis Ford Coppola está disposto a fazer isso novamente para tirar do papel um filme no qual trabalha há décadas. Com orçamento estimado de US$ 100 milhões (R$ 520 milhões), o longa em questão, que ele mesmo descreve como “utópico”, é intitulado “Megalopolis” e o roteiro é um drama épico no estilo dos clássicos romanos dirigidos por Cecil B. DeMille no passado, só que ambientado em Nova York.

“Me baseei na teoria conspiratória de Catilina, que vem da Roma antiga, e segundo a qual há um embate entre Marco Túlio Cícero e Lúcio Sergio Catilina, um representando a República e o outro, a desordem”, o cineasta explicou em uma entrevista recente que concedeu ao site “Deadline.com”, na qual também confirmou que Forest Whitaker e Oscar Isaac já se comprometeram a interpretar os respectivos papéis.

Coppola acredita que pode adaptar a tal teoria para os tempos modernos, adicionando um tempero extra ao enredo do filme: uma crise sem precedentes na administração municipal de NY parecida com aquela que quase levou a cidade à bancarrota no começo dos anos 1990, quando o prefeito era David Dinkins. “Já conversei com alguns financiadores privados que estão dispostos a investir em meu projeto”, Coppola disse no bate papo.

Dono de uma rede de vinícolas bem-sucedidas espalhadas pelos Estados Unidos, Coppola recentemente vendeu duas delas em um negócio que lhe rendeu mais de US$ 200 milhões (R$ 1,04 bilhão). “Além de ter dinheiro, eu também tenho bens suficientes para contrair empréstimos, caso seja preciso”, o pai de Sofia Coppola garantiu ao “Deadline.com”. “Vai ser difícil? Vai. Mas não é impossível”, completou a lenda viva da telona.

Com uma fortuna estimada em pelo menos US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões), Coppola praticamente bancou sozinho um de seus maiores sucessos – “Apocalypse Now”, de 1979 – que consumiu US$ 31 milhões (R$ 161,2 milhões) e acabou rendendo mais de US$ 150 milhões (R$ 780 milhões) nas bilheterias internacionais. Nos anos 1980, no entanto, o craque da sétima arte que completou 82 primaveras em abril perdeu milhões com sua primeira investida no segmento dos musicais, “O Fundo do Coração”, um fracasso total que custou US$ 26 milhões (R$ 135,2 milhões) e faturou meros US$ 637 mil (R$ 3,3 milhões) com a venda de ingressos. (Por Anderson Antunes)

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