Italiana de Nápole, Francesca Romana não precisou mais do que uma viagem de férias pelo Brasil para se apaixonar. Aos 20 e poucos anos, ela largou a faculdade de Biologia na Itália para se mudar de mala para cá, onde começou a criar coleções de bijoux feitas com pedras locais. Hoje, a marca que leva seu nome já conta com 16 lojas espalhadas pelo país. Glamurama invadiu o ateliê da designer para um bate-papo com ela. Confira!
Por Denise Meira do Amaral
Glamurama – Por que decidiu se mudar para o Brasil?
Francesca Romana – Eu tinha 20 e poucos anos e estava em um momento em que não sabia se fazia um curso de mergulho ou comprava uma bicicleta. Então fui de férias para a Amazônia e fiquei enlouquecida. Depois fui para Salvador. Me sentia em um filme no Pelourinho com toda aquela multidão de baianos… E eu, muito destoante deles, me sentia super bem. Isso tudo foi incrível. Me encantei pela música, pelas pessoas. Voltei para a Itália depois de três meses com uma pilha de músicas brasileiras. Cheguei em pleno inverno de Roma, imagina? No meu ateliê cinza… Não durou muito (risos). Também percebi que ninguém fazia bijuterias com pedras verdadeiras. Ou era joia ou bijuteria feita com materiais sintéticos. Ninguém fazia o que eu fazia. Logo me mudei para São Paulo e comecei a criar o meu trabalho. Comecei vendendo para a H.Stern, em uma linha com o meu nome. Depois abri minha primeira loja no Rio, porque achava que o meu produto era mais valorizado pelos estrangeiros. O brasileiro na época não dava valor para suas pedras.
Glamurama – E como veio a paixão pelo Rio?
Francesca Romana – Vim para o Rio para poder criar. Aqui é mais inspirador. Não à toa, quase todos os criadores estão aqui. É um astral diferente. Adoro esse culto à beleza. E é uma beleza com que não se acostuma. Cada dia que eu pego carro para vir para o ateliê eu me surpreendo com a paisagem.
Glamurama – Suas peças são repletas de pedras. O que te atrai nelas?
Francesca Romana – A beleza e o fato delas serem verdadeiras. Elas vêm de dentro da terra, levou milhares de anos para serem feitas. São únicas e para sempre. As minhas peças são como uma joia com preço de bijuteria. Como nosso material é só banhado em outro, o preço é muito mais acessível. Você pode usar no dia a dia e levar em viagens, sem problema nenhum. E uma coisa que eu sempre costumo falar: é muito importante a gente dar valor ao produto brasileiro. E não comprar chinês porque é mais barato. Senão o Brasil vai ficar quebrado. Aqui no Brasil as peças podem ser mais caras que na China, mas é tudo feito dentro da lei e com respeito.
Abaixo, um dia no ateliê de Francesca em Botafogo, no Rio.
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