Existe arte, e das boas, fora do eixo Rio-São Paulo. Glamurama foi a Fortaleza nessa quinta-feira conferir a abertura da exposição “Coleção de Motivos”, de Beatriz Milhazes, no Espaço Cultural Unifor. Por lá, players da cena artsy nacional e a nata do Ceará. Começando pela família Queiroz, cuja fundação, a Edson Queiroz, é mantenedora da universidade e abriga no prédio onde foi a exposição uma coleção de arte que, unida à coleção particular do chanceler Airton Queiroz (filho de Edson), só é comparável à da família Marinho no Brasil. Dona Yolanda Queiroz, a matriarca da família e viúva de Edson – morto em 1982 no fatídico acidente da Vasp do voo 168 – era das mais assediadas da noite, ao lado, claro, da própria Beatriz, esta muito solícita, fazendo fotos com todos – prova de simpatia da artista viva mais cara do Brasil. Dizem que foi Dona Yolanda a grande incentivadora para que a família colecionasse arte. Perguntada sobre seu papel, ela responde com um sorrisinho modesto no rosto: “Ah, eu gosto muito”.
Nas rodas, o papo girava em torno do futuro do prédio onde estávamos, que irá deixar de abrigar os escritórios da fundação e da reitoria da universidade para ser completamente tomado pelo acervo da fundação e algumas das preciosidades da coleção particular de Airton Queiroz, que engloba nomes como Lygia Clark, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, além de ícones da arte mundial como Rembrandt e Matisse. Pedro Corrêa do Lago comemorava a nova aquisição da família Queiroz: “Um Rugendas (pintor alemão do século 19) de fazer inveja a qualquer museu”. Entre as aquisições valiosas da fundação também está a biblioteca de Ciccillo Matarazzo, com edições históricas de Marc Chagall e Max Ernst.
Logo mais, em maio deste ano, São Paulo vai poder apreciar um recorte da coleção da fundação em uma exposição na Pinacoteca. Em 2016, o Paço Imperial no Rio recebe “Abstrações”, que já foi montada em Fortaleza, com o melhor da abstração formal e geométrica da Fundação Edson Queiroz junto aos abstracionistas informais da coleção Roberto Marinho. O público agradece!
Por Verrô Campos