Não é só o calor que se despede com o fim do verão. Depois das grandes premiações de cinema, rola uma baixa temporada na chegada de bons filmes nas salas brasileiras. Um que foge a essa regra e merece muita atenção é o filme “Força Maior”, do diretor sueco Ruben Östlund.
O filme começa com uma família tradicional com pai, mãe e dois filhos em uma simples viagem turística para os Alpes. No entanto, um evento pontual durante essa viagem dá o start para a trama: uma quantidade razoável de neve que até então não parecia perigosa começa deslizar montanha abaixo e rapidamente o fenômeno vira uma grande avalanche. O pai, nessa hora, sai correndo e deixa a esposa e os filhos para trás. A questão é que o efeito dessa avalanche não era tão forte como se imaginava, e todos sobrevivem. As férias se tornam assim uma grande catástrofe.
Além das belas imagens, o filme se desdobra como uma investigação sobre as expectativas que a sociedade mantém sobre a função protetora do pai e a posição da mãe e dos filhos nesse contexto. É realmente condenável abandonar a família nesse panorama? Esse instinto de sobrevivência justifica o ocorrido? O que se esperar?
(Por Victor Martinez)