Filho de Ricardo Darín brilha como ator, mas quer fazer o oposto do pai

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Chino Darín está no elenco de “O Silêncio do Céu” || Crédito: Getty Images

Chino Darín, filho de Ricardo Darín e antagonista do novo longa de Marco Dutra, “O Silêncio do Céu”, promete cenas fortes na tela do cinema. O filme, que estreia nesta quinta-feira e conta ainda com Carolina Dieckmann e Leonardo Sbaraglia, de “Relatos Selvagens”, no elenco, vai trazer à tona a história de um estupro envolto por mistérios. Em entrevista ao Glamurama no Rio de Janeiro, o ator de 27 anos contou sobre sua paixão pelo Brasil – ele já veio para cá de férias ao menos dez vezes – e também sobre o peso de ser filho de um astro do cinema argentino: “Eu tenho 27 anos, dentre os quais nove trabalhando como ator, e nove tentando me diferenciar da figura do meu pai”.

Glamurama – O filme começa com cenas muito fortes de estupro. Como vocês se prepararam para elas?
Chino Darín – Foram cenas bem pesadas… Assistimos com Marco Dutra uma série de filmes de referência, para termos uma ideia de como ele queria narrar a história. Filmes que mostram o crueza e a violência das situações.

Glamurama – Você já conhecia a Carolina Dieckmann?
Chino Darín – Conhecia de nome. Depois fui atrás e assisti a várias coisas dela. Ela é fantástica e tem uma pré-disposição e um bom humor excepcionais.

Glamurama – Como ator, o que você tem de parecido com seu pai [Ricardo Darín]?
Chino Darín – Como ator acho que nada (risos). Quero fazer o oposto. Talvez nós sejamos parecidos como pessoa, temos em comum a questão do humor e da leveza de ver as coisas, mesmo as ruins. Mas isso também tem muito a ver com a maneira como fui educado em casa, e com a minha mãe também [Florencia Bas]. Eu tenho 27 anos, dentre os quais nove trabalhando como ator, e nove tentando me diferenciar da figura do meu pai. Tento buscar coisas que me desafiem, que me façam sair da zona de conforto. Eu sempre recusei tudo que tem a ver com o meu pai. No começo, quando me chamavam para um trabalho sem fazer ao menos um teste de elenco comigo eu dizia não. Porque me dava a sensação de que não estavam buscando a mim.

Glamurama – Em que momento você decidiu ser ator?
Chino Darín –  Não foi uma escolha muito consciente. Quando eu terminei o colégio eu sentia que poderia ser qualquer coisa, mas ao mesmo tempo não me via com nada concreto. Já quis ser médico, engenheiro, químico, físico… Mas não me imaginava fazendo nada dessas coisas por toda a minha vida. Então acabei estudando direção de cinema na faculdade e, em paralelo, fazia um curso de teatro, aos 18 anos. Porque no fundo, era a única coisa que eu conhecia. Fui criado em sets de cinemas e camarins de teatro.

Glamurama – Seu pai dá muito palpite nos seus trabalhos?
Chino Darín – Sempre, assim como acontece com minha irmã e minha mãe. E da gente para ele. Somos uma família, e estamos abertos para falar o que a gente pensa, tanto o elogio quanto a crítica.

Glamurama – Quantas vezes você já veio ao Brasil?
Chino Darín – Muitas (risos). Umas dez vezes. Essa foi a primeira vez que venho a trabalho, sempre vim de férias. Eu já fui a São Paulo ver um jogo da Copa, passei um Ano Novo no Rio, fiz uma viagem de carro por todo o Sul, passando pela Praia do Rosa, Florianópolis e Guarda do Embaú, também já fui para Angra dos Reis, pra Pipa [praia em Natal], Salvador e Búzios. Esses três últimos lugares fui com meus pais.

Glamurama –  O que tanto te atrai aqui?
Chino Darín – É um país espetacular, e ainda tem as pessoas. Há uma energia especial no Brasil. É um país de uma combinação muito tentadora: um lugar estimulante para os sentidos, com praias,  sol, natureza, e com pessoas sempre dispostas a receber bem. (Por Denise Meira do Amaral)

Chino em cena do filme como Néstor || Crédito: Divulgação
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