Minutos antes de ser cercado por um bando de jornalistas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso falava num palco no Edifício Itália sobre o que é o PSDB. Um tucano, disse ele, “põe a cara para bater sem temor de nada.” Acrescentou, ao falar sobre o caos político, que “a reconstrução moral não se separa da reconstrução da política”. FHC defendia a candidatura de Andrea Matarazzo à Prefeitura de São Paulo. Era sua primeira aparição pública após a sua ex-amante, a jornalista Miriam Dutra, ter feito revelações sobre pagamentos que recebeu do tucano no exterior. FHC tenta por um ponto final na história. “O que pertence ao âmbito pessoal não é publico. E ponto.” Reiterou que nunca usou a Brasif para remeter dinheiro a Miriam. Negou-se a responder se a ex-amante estaria inventando versões. “Eu não tenho nada a temer, nada a esconder. Só que isso é privado. O que é privado não adianta pedir que eu não vou falar. Só vou discutir o que é público. Vocês estão insistindo num tema que não existe.” Seu affair com Miriam e sua vida privada são questões “menores”. O quadro político atual sim é algo que merece ser debatido, argumentou. (Por Malu Delgado)