Na era do streaming, soa estranho um artista investir em home vídeo. Só que mesmo com a queda na venda de DVD e Blu-ray nos últimos anos, ainda existe um público fiel a estas mídias, como os colecionadores e fãs que morrem de medo do título sair do catálogo, os que preferem a segurança da mídia física em relação à internet, lojas como Saraiva, Livraria Cultura e Amazon manterem a venda desses produtos em suas lojas físicas e online, entre outros pontos. E como todo mundo quer ter para sempre tudo o que se refere a Maria Bethânia, o documentário ‘Fevereiros’, que acompanhou a artista do Rio de Janeiro até Santo Amaro, na Bahia, durante a construção do Carnaval da Mangueira de 2016, que homenageou a artista e foi o desfile vitorioso daquele ano, a produção será lançada em DVD nesta sexta-feira.
“Fevereiros” reúne depoimentos de Maria Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buarque, do carnavalesco da Mangueira Leandro Vieira, do historiador Luiz Antonio Simas, da poeta Mabel Velloso, irmã de Bethânia, e do porta-bandeira da Mangueira Squel Jorgea. Dirigido por Marcio Debellian, o longa acompanhou a construção do carnaval da Verde e Rosa, desde os desenhos das primeiras alegorias, até os desfiles no Sambódromo carioca. “O que me interessou desde o início, independente do resultado que o carnaval viria a ter, foi o recorte que a Mangueira escolheu para o enredo. Entre as inúmeras possibilidades de se homenagear Maria Bethânia, a escola escolheu tratar da sua devoção religiosa, do seu sincretismo pessoal que junta o candomblé, devoção católica e sabedorias herdadas dos índios”, lembra o diretor Marcio Debellian.
O filme também viajou com Maria Bethânia para o Recôncavo baiano, registrando o ambiente familiar e religioso da cantora, além das festas em Santo Amaro da Purificação, universo que inspirou o enredo. Neste trânsito entre o Rio de Janeiro e a Bahia, “Fevereiros” depara-se com questões históricas como o surgimento do samba, a tolerância religiosa e o racismo. “O Recôncavo baiano, região onde Bethânia nasceu, tem a particularidade de ter sido o lugar no Brasil que mais recebeu negros escravizados trazidos da África. A Bahia soube misturar as tradições africanas, indígenas e portuguesas e transformá-las em expressões originais brasileiras”, define Debellian.
Preço sugerido: R$ 57,00