Felipe Camargo: “Queriam me estigmatizar com papéis de doidão”

Felipe Camargo || Créditos: Reprodução/ Instagram

Felipe Camargo causou arrepios na espinha no trailer de “Espelho da Vida” exibido para a imprensa, por conta de um olhar meio assustador. Na próxima novela das seis da Globo, ele é Américo, um homem sem escrúpulos que vive quase na sarjeta e reaparece rondando a casa da ex-mulher, Ana [papel de Julia Lemmertz], ameaçando procurar a filha que abandonou anos atrás, Cris, a mocinha da trama, interpretada por Vitoria Strada. “Ele fica sabendo que Cris virou atriz famosa e quer se reaproximar”. Para isso, veste um personagem, finge ser quem não é. “Ninguém cairia nas mãos de um trambiqueiro se ele não fosse simpático”, explica o ator, dando pistas de como vai se desenrolar sua parte na história.

Felipe Camargo em “Espelho da Vida” || Créditos: Divulgação

“Naquela época ninguém chamou a gente pra ser par romântico”

Quem também está no elenco? Vera Fischer, ex-mulher de Felipe. E quem não lembra dos escândalos envolvendo o relacionamento dos dois? Mas tudo superado, viu? “A gente ainda não contracenou, mas já nos vimos nos bastidores. A gente tem uma relação amistosa há muito tempo. Não haverá resgate de nada, por favor. Não sei nem se vamos contracenar. Ficou essa coisa imaginaria no público porque formamos um casal muito forte durante uma época, tivemos brigas judiciais, mas isso já ficou lá atrás. Tem muito tempo que a gente se dá bem e o Gabriel, fruto do nosso relacionamento, é dos grandes amores da minha vida. E se a gente tiver que formar par romântico, tudo bem, somos profissionais. A não ser que… Bom, naquela época ninguém chamou a gente pra ser par romântico. Hoje poderia, sem problemas”.

“Aí não quis fazer, busquei outros caminhos”

A novela tem temática espírita. E Felipe vem colecionando personagens com algum gancho nesse assunto. É por acaso ou existe um interesse pessoal? “Na verdade, é que acho que são bons papeis e aí vou fazendo… Me interessam essas histórias e esses personagens, mas a religião em si… Creio apenas que a gente não vem do nada e nem vai pro nada. O resto não tenho ideia. Mas faz parte do inconsciente coletivo o que eu chamo de Deus. Tenho simpatia pelo Kardecismo, mas não acredito em nenhum dogma. Essas escalações são por acaso. Não fico pedindo, mas esses papeis aparecem. Não planejo. Claro que tentaram me estigmatizar com um certo tipo de personagem. Aí não quis fazer, busquei outros caminhos”. Que tipo seria esse? “De doidão”.

“Não somos senhores de nada”

Sobre seu amadurecimento ao longo dos anos… “É como aquela música do Cassiano, ‘estou ficando velho e acabado’. Construí minha vida muito no coração. A melhor percepção que podemos ter é que não temos controle do que vai acontecer no instante seguinte. Não adianta fazer planos. O melhor é entregar para Deus, ou para o cosmos. Melhor do que fuçar querendo controlar. Não somos senhores de nada”.

“Para nós, atores, não muda nada”

Outros projetos: “Estou na minissérie ‘Assédio’, que estreia 21 de setembro, sobre o Roger Abdelmassih, papel do [Antonio] Calloni”. O projeto é para a plataforma de streaming da Globo. “Hoje com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – como dizia Glauber Rocha – você faz tudo mesmo… Os recursos estão nas mãos de todo mundo agora. Para nós, atores, não muda nada [o trabalho ser para a TV, para streaming ou internet]”.

“Pode ser também uma esquizofrenia”

No cinema… “Sou o protagonista de ‘Juízo’, filme escrito pela Fernanda Torres, com direção do Andrucha Waddington. E, sim, tem essa pegada espiritual. Mas pode ser também uma esquizofrenia do personagem. Ele vai pra uma fazenda que pertenceu à sua família e lá começa a se deparar com imagens e pessoas que a gente não sabe se são da cabeça dele ou se isso acontece num plano espiritual paralelo. Vamos lançar em março. Tem também o ‘Partiu Paraguai’, outro longa, no qual faço um roqueiro meio antigo, ultrapassado, que se choca com essa nova geração de internet…” (por Michelle Licory)

 

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