Adiado por tempo indeterminado por causa da pandemia de Covid-19, o Met Gala desse ano corre o risco de se tornar um fiasco naquilo que realmente é seu grande objetivo: arrecadar dinheiro para o departamento de moda do Metropolitan Museum de Nova York. Apesar da pompa e circunstância que tem, o mega-evento é e foi desde seus primórdios um “gathering” beneficente, e o valor que levanta com a venda de ingressos sempre teve como destino os cofres do museu nova-iorquino. No ano passado, foram mais de US$ 15 milhões (R$ 82,9 milhões).
Acontece que dar pivô no baile mais disputado do mundinho custa caro, algo em torno de US$ 300 mil (R$ 1,66 milhão) por uma mesa fechada com 12 lugares ou o mínimo de US$ 30 mil (R$ 165,7 mil) por cabeça, e nesse último caso sem ter o direito de escolher onde e ao lado de quem sentar.
E a maioria dos ingressos fechados é vendida para grandes empresas, mas os avulsos geralmente são comprados por “pessoas físicas” que em muitos casos passam o ano inteiro juntando seus dólares só para adquirir um desses ingressos. E é justamente aí que mora o problema…
Isso porque o cenário de caos trazido pelo novo coronavírus forçou todos os americanos a apertarem o cinto, e para aqueles fashionistas que em outras épocas torravam US$ 30 mil só por um “outing” badalado num piscar de olhos agora a realidade é outra. Resultado: muitos deles, que compraram ingressos avulsos do Met Gala, agora estão pedindo o reembolso dos valores que desembolsaram. Muitos estão sendo convencidos do contrário, mas sabe-se lá até quando e, principalmente, se uma nova data não for anunciada em breve. (Por Anderson Antunes)