A polêmica envolvendo o Especial de Natal do Porta dos Fundos ganhou repercussão internacional. O site americano ‘Variety’, especializado em entretenimento, publicou uma matéria sobre o programa de 45 minutos disponibilizado na Netflix. No humorístico, Jesus Cristo, vivido por Gregório Duvivier, é apresentado como um cara confuso com o rumo de sua vida e com sua opção sexual, e Deus, interpretado por Antonio Tabet, é um cara meio malandrão.
A Variety entrevistou Fábio Porchat, um dos fundadores do Porta dos Fundos, que se defendeu: “Não incita a violência, não estamos dizendo que as pessoas não deveriam acreditar em Deus. Eles [a Netflix] não disseram nada para nós, como ‘Talvez devêssemos tirar o especial do ar’. Eles apoiam a liberdade de expressão”.
Porchat diz ainda: “Insinuamos que Jesus tem um novo amigo, e provavelmente esse novo amigo é gay, mas eles estão apenas se divertindo no deserto há 40 dias. Se alguém deveria ficar com raiva da gente, seria comunidade gay, porque o personagem gay acaba sendo o Diabo. Mas a comunidade nos ama! ”.
Jesus, para o humorista, se sai muito bem na história: “O programa é quase um conto de fadas cristão: Jesus enfrenta bravamente o diabo e depois escolhe seguir a Deus, aceitando ser seu filho, Jesus Cristo. Muitas pessoas, quando assistem, dizem:” Ah, era disso que eles estavam falando? Ok, tudo bem, eles estão apenas se divertindo, sem nenhum problema.”
E encerra dizendo: “Para alguns católicos aqui no Brasil, é ok se Jesus é um cara mau, usa drogas: isso não é problema. O problema é que ele é gay. Não, ele não pode ser gay. E isso é interessante porque Jesus é tudo. Deus é preto e branco, alegre e heterossexual. Deus é tudo”.