Ami James, o famoso tatuador do programa “Miami Ink”, está no Brasil para participar de uma série de eventos que vão incluir um cruzeiro e várias aparições para a mídia. Glamurama aproveitou o rasante e fez a primeira entrevista com ele em sua temporada por aqui. Ami, que já tatua há 23 anos, contou um pouco mais sobre seu estilo de trabalho e falou sobre sua relação com o Brasil – inclusive, revelou até o desejo que tem de tatuar uma brasileira específica… Quer saber quem é? Chega mais!
(Por Maria Gabriela Lyra)
Glamurama – Qual seu estilo preferido de desenho?
Ami James – Com certeza os desenhos japoneses. Foi como eu cheguei nesse mundo das tatuagens. Gosto dos desenhos grandes, cheios de detalhes. Mas também gosto de fazer tatuagens realistas, em escala de cinza. Acho que são mais eternas, atemporais.
Glamurama – Já teve alguma tatuagem que você se negou a fazer?
Ami James – Eu não gosto de tatuar coisas negativas, porque acho que tatuagem é uma coisa que você divide, uma conexão que se cria com as pessoas, com o mundo. É uma bagagem que se leva para a vida inteira. Já teve gente que me pediu para tatuar suásticas e coisas do tipo. Isso eu não faço.
Glamurama – Qual foi a tatuagem mais feia que você já teve que retocar?
Ami James – Eu não retoco tatuagens, eu cubro elas com outra. Não costumo consertar o trabalho errado que alguém fez, mas um dos últimos clientes que atendi para um caso de “emergência” foi de um homem que se divorciou da mulher, que tinha obrigado ele a tatuar o nome e as flores preferidas dela nas costas dele. Estava horrível! [risos].
Glamurama – Qual brasileiro você gostaria de tatuar?
Ami James – Eu acho que pensar na imagem é mais importante do que pensar na pessoa que vou tatuar. Os homens geralmente tem as melhores tatuagens, porque são maiores e mais trabalhadas, mas prefiro pensar em um contexto, no desenho por inteiro, do que na pessoa que vou tatuar. Mas se tivesse que escolher, acho que tatuaria a Adriana Lima. Faria um desenho pequeno, bem feminino, para combinar com ela.
Glamurama – Qual a tendência que você mais nota nas tatuagens de hoje?
Ami James – Não gosto de falar de tendência para tatuagem, porque é uma coisa que se carrega para a vida toda, mas hoje em dia, acho que 80% das pessoas que fazem uma tatuagem querem frases, principalmente as mulheres. Mas como tatuo há mais de 20 anos, já peguei muitas modas estranhas. Tinha uma época que todo mundo queria tatuar um tribal no braço, teve a moda das tatuagens de chinês – que a maioria nem sabia o que significava! Teve também uma moda entre os homens de tatuar o Taz Mania. Vai entender… [risos] A maioria das pessoas hoje não sabe o significado do que tatua. A âncora, por exemplo, é bem comum hoje em dia, mas pouca gente sabe o que ela representa, um símbolo de firmeza, abrigo, apoio e estabilidade.
Glamurama – Qual a primeira tatuagem que você fez?
Ami James – A primeira tatuagem que eu fiz foi com 13 anos, uma caseira, feita com agulha, que tinha escrito “Miami Punk Rock” na coxa esquerda. Minha mãe era meio hippie, mas bem conservadora para algumas coisas, então tinha que ficar usando shorts para cobrir por um bom tempo… Depois cobri ela com uma tatuagem profissional de um dragão pequeno, quando tinha 18 anos.
Glamurama – Como começou a sua conexão com o Brasil?
Ami James – Já vim ao Brasil 5 vezes e adoro tudo aqui, a comida, a música, mas minha conexão começou muitos anos antes com o jiu-jitsu da família Gracie. Também teve o Maurício Teodoro, tatuador brasileiro para quem eu tiro o chapéu, que é uma grande inspiração para mim com seu estilo de tatuagens grandes. Ele é um dos melhores do mundo, e admiro muito seu trabalho.
Glamurama – O que acha das tatuagens dos brasileiros?
Ami James – No Brasil as pessoas tem mais bom gosto para tatuagem do que nos Estados Unidos. Vejo muitos homens com tatuagens grandes, e aqui as pessoas dão mais liberdade para criar, ao invés de trazer o desenho pronto. Gosto muito de tatuar os brasileiros, quase 40% dos meus clientes são daqui.
Glamurama – Planeja fazer mais alguma tatuagem em você?
Ami James – Não, por enquanto não planejo ficar mais feio do que eu já sou!