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Felipe VI com o pai, o ex-rei da Espanha Juan Carlos I || Créditos: Reprodução
Felipe VI com o pai, o ex-rei da Espanha Juan Carlos I || Créditos: Reprodução

Escândalo na Espanha de Felipe VI! No poder desde junho de 2014, quando seu pai – o rei Juan Carlos I, de 82 anos resolveu abdicar do trono voluntariamente em favor de seu primogênito citando motivos de deterioração da saúde causados pela idade -, o monarca mais jovem da Europa agora precisa lidar com as polêmicas descobertas recentes sobre a vida financeira passada do octogenário “royal” que estão pipocando aos montes na imprensa espanhola e dando o que falar entre seus súditos.

Um desses bafafás tem a ver com um negócio fechado entre as realezas da Arábia Saudita e da Espanha muito antes da abdicação de Juan Carlos I, que resultou em investimentos da ordem de US$ 8 bilhões (R$ 44,7 bilhões) em duas das principais cidades do país do Oriente Médio, Mecca e Medina. Acontece que parte dessa bolada bilionária pode ter sido desviada, de acordo com uma investigação que está sendo conduzida pela Suprema Corte espanhola desde o começo do ano.

E o ex-rei entrou na história porque há uma suspeita de que ele recebeu “por fora” US$ 100 milhões (R$ 558,8 milhões) em dinheiro na ocasião das tratativas do tal acordo, e que lhe foram pagos por seu então colega de cargo Salman, o rei da Arábia Saudita. Achou pouco? Pois cerca de quatro anos depois de embolsar o presentão milionário, Juan Carlos I transferiu US$ 77 milhões (R$ 430,7 milhões) para uma conta na Suíça de Zu Sayn-Wittgenstein, uma mulher de negócios holandesa que foi amante dele entre 2004 e 2012.

O caso dos dois dois só foi descoberto em 2012, quando o ainda rei Juan Carlos I sofreu um acidente que lhe causou uma costela quebrada durante uma viagem de férias por Botswana. Sayn-Wittgenstein foi quem o auxiliou durante o ocorrido, conforme foi noticiado na época para a surpresa de muitos espanhóis e, inclusive, da então rainha Sofía da Espanha, que acompanhou tudo diretamente do Palácio de Zarzuela, a icônica residência oficial dos reis da Espanha que fica na capital Madri.

Quando voltou pra casa, Juan Carlos I terminou tudo com Sayn-Wittgenstein, mas depois se sentiu culpado pelo assédio constante por parte da mídia que a coitada acabou sofrendo dali pra frente, razão pela qual resolveu mimar a ex-amante com os US$ 77 milhões (R$ 430,7 milhões), como uma espécie de prêmio de consolação. Arrependido, o agora encrencado sogro da rainha Letizia, mulher de Felipe VI, teria pedido o dinheiro de volta dois anos depois, sabe-se lá porquê.

Vivendo em exílio em Dubai, para onde se mudou recentemente (sem a companhia da popular Sofía, que permanece morando em Madri sozinha), Juan Carlos I nunca precisou explicar essas complicações enquanto tinha a coroa na cabeça, mas desde que a entregou por vontade própria seus direitos de imunidade que o impediam de passar por tamanha humilhação também foram-se todos embora. E é possível que a justiça espanhola o intime a depor sobre o imbróglio, sem que seu filho possa fazer nada para evitar isso. Do trono de rei para o banco dos réus: tá aí algo que não se vê todo dia. (Por Anderson Antunes)

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