Melinda French Gates anda concedendo exclusivas nos Estados Unidos dia sim e outro também, e sempre para falar sobre o surpreendente fim de seu casamento de 27 anos com Bill Gates. O comportamento é um tanto inesperado para uma pessoa pública que, não faz muito tempo, protegia ao máximo sua privacidade e só falava com a imprensa por meio de assessoria de relações públicas, respondendo com um “sem comentários” ou um “não irei me pronunciar” às perguntas mais delicadas, sobretudo aquelas a respeito de sua vida pessoal.
Há quem diga, inclusive, que Melinda, que em geral se posiciona como “vítima” nas entrevistas que anda dando, está seguindo um plano de imagem bolado por seus advogados e assessores para usar essas conversas sempre tête-à-tête com a mídia para “limpar sua barra”. O plano seria usar a opinião pública única e exclusivamente com o objeto de dar a cartada final em seu processo de divórcio de Gates: exigir o controle da entidade filantrópica que cofundou em 2000 com o ex-marido, a Bill & Melinda Gates Foundation.
Quando anunciaram que estavam se divorciando, em maio do passado, deixando todo mundo boquiaberto, Melinda e Bill incluíram na nota oficial que continuariam dividindo a presidência da fundação, a maior do mundo entre as privadas, com mais de US$ 60 bilhões em caixa. Isso interessaria mais à cientista da computação por formação do que seu possível direito à metade da fortuna do cofundador da Microsoft, que hoje está na casa dos US$ 131 bilhões (R$ 669,7 bilhões).
Melinda, que até agora recebeu US$ 6,3 bilhões (R$ 32,2 bilhões) em participações das inúmeras empresas de capital aberto investidas pelo family office de Bill, a Cascade Investments, que já teve ações até da Petrobras, se definiu como “filantropa” nos papeis do divórcio. E, em sua entrevista mais recente para o jornal americano “USA Today”, a bilionária definiu como “pior momento em toda a vida” o dia em que decidiu se divorciar de Bill. “Eu precisava fazer uma escolha saudável e foi muito, muito difícil”, ela desabafou.