Anthony Levandowski é o nome do momento no Vale do Silício, a região da Califórnia que concentra as sedes de boa parte das empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Descrito como “um gênio” pelos mais próximos e ex-funcionário do Google, onde cuidava do projeto de um carro autônomo conhecido como Waymo, o engenheiro americano deu entrada há alguns dias na documentação para criar uma religião, que ele batizou de Way of the Future (“Caminho do Futuro”) e cujo deus a ser adorado é uma entidade baseada na Inteligência Artificial (IA).
Adepto da Singularidade, a ideia de que a IA em algum momento irá superar a capacidade humana de liderar o mundo, Levandowski sempre se interessou pelo assunto e acredita que o eventual – e ainda hipotético – domínio das máquinas virá para melhorar a vida das pessoas. Bastante polêmico, ele também está no centro de uma batalha judicial envolvendo a Alphabet, que é dona do Google, e a Uber, que o contratou em 2016 para desenvolver seu próprio projeto de carro autônomo e o demitiu em maio sob a acusação de ter compartilhado ilegalmente dados altamente confidenciais das duas empresas.
Oficialmente, a “Way of the Future” funcionará como uma espécie de comunidade cujo objetivo é “contribuir para a aprimoração da sociedade por meio da compreensão e adoração da Divindade”, segundo os papéis preenchidos por Levandowski, que atuará como seu líder espiritual. A iniciativa chama atenção sobretudo porque entre os pares dele o consenso é que as tecnologias de AI podem representar um risco para o homem. Stephen Hawking e Elon Musk, aliás, acreditam piamente nisso. (Por Anderson Antunes)