Começou nessa segunda-feira, em Paris, o julgamento do magnata francês Bernard Tapie, acusado de ter orquestrado uma transação fraudulenta no fim dos anos 1990, quando vendeu uma fatia majoritária que mantinha na Adidas e ainda levou pra casa um pacote de benefícios que na época somava €404 milhões (R$ 1,75 bilhão) e foi pago por outros acionistas da gigante dos produtos esportivos alemã que por acaso eram fundos estatais.
O negócio sempre foi visto como estranho, sobretudo em razão do tamanho do bônus, cerca de 25% do valor líquido que Tapie embolsou para se desfazer da participação. Em 2008, o empresário foi condenado a devolver a grana em um tribunal civil, e desde então o imbróglio se arrasta na justiça. Até Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, é suspeito de envolvimento no caso.
Tapie, que também já foi dono do Marseille (entre 1986 e 1994) e atualmente está se tratando de um câncer no estômago, sempre teve problemas com a lei, e recentemente também foi acusado de ter mandado drogar jogadores do então rival Paris Saint-Germain na tentativa de diminuir o rendimento dos boleiros em campo. Em todos os casos, ele nega ter culpa no cartório. (Por Anderson Antunes)