“Trabalhamos com galerias, museus, exposições, colecionadores e também artistas, que fazem seguro de suas obras no ateliê. Temos 800 museus clientes nos Estados Unidos e mais de 4 mil pelo mundo”. Foi assim que começou nossa conversa com Christiane Fischer, CEO para as Américas da AXA Art, patrocinadora da SP-Arte, que estava dando pinta pelos corredores da feira.
E Christiane não veio sozinha para São Paulo: trouxe com ela sete casais colecionadores, entre americanos e canadenses, clientes com coleções que valem de 30 a 180 milhões de dólares. “Eles são muito competitivos entre eles, já no primeiro dia de feira todos fizeram alguma aquisição de arte brasileira e ficaram comparando a compra de cada um, perguntando quanto pagou…”, conta ela rindo. Christiane adora o seu trabalho: “É muito divertido, posso estar aqui vendo arte e é trabalho. Tem muita viagem, mas é prazeroso”. Mas já passou por problemas sérios em dois momentos da história dos Estados Unidos: quando o furacão Katrina assolou Nova Orleans – “Perdemos parques inteiros de esculturas e muitas obras de museus, além de coleções privadas” – e na passagem do furacão Sandy por Nova York – “As galerias de Chelsea ficaram embaixo de dois metros de água por dias. Esculturas, por exemplo, podem ser refeitas, mas estas obras em Chelsea foram totalmente destruídas”.
Ninguém quer receber o seguro por uma obra destruída, como no caso de um cliente de Londres, que teve uma tela do italiano Giorgio di Chirico, precursor do surrealismo, danificada quando a casa vizinha estava sendo demolida e a bola de ferro do guindaste atravessou sua parede. É por essas e outras que a empresa tem um manual com dicas de conservação das obras. “Muitos colecionadores não servem vinho tinto nas festas em casa, só branco e champagne, caso alguém derrube a bebida em uma obra. Outros pedem para que as visitas deixem a bolsa na entrada, para que não esbarrem em nada, e penduram os quadros alto o suficiente para que o rabo do cachorro não bata neles”. Etiqueta artsy!
Por Verrô Campos