Aos 13 anos, Renata Bastos se assumiu mulher trans para a família, identificação que ela sentiu já aos sete. A força para esse momento de transformação veio de um momento de dor: a morte da mãe. Já uma das inspirações para a mudança foi Roberta Close, a trans mito e ícone de beleza dos anos 1980. Hoje, aos 36 anos, Renata é produtora de moda, atriz e está vivendo um de seus momentos mais importantes: a participação em “Hebe”, filme sobre a vida da apresentadora com estreia prevista para 2019, em que ela dá vida justamente a Roberta Close, que sempre esteve no sofá do programa da loira.
“Espero que ela fique feliz e se sinta representada como já me representou um dia”, conta Renata sobre o papel para o qual foi convidada pela semelhança com Roberta. “Na época em que estava me descobrindo, ela era o ícone de beleza do Brasil. Eu pensava: é nisso que quero chegar, ter essa força, essa beleza. Quando fui escolhida para o papel tive a certeza de que tinha chegado onde queria. Não é um filme sobre ela, mas fazer essa participação é um presente. Um retorno do que construí”, explica.
Para construir o papel, que é pequeno e mostra Close em uma de suas idas ao programa de Hebe, Renata conta que tentou mas não conseguiu conversar com Roberta. Por isso resolveu “stalkear” seu passado assistindo às participações na TV e lendo notícias antigas. A pesquisa serviu também para uma crítica à mídia. “Todas as notícias retratavam ela como a trans mais linda do Brasil, quando não precisa de rótulo. Era uma mulher e ícone de beleza”, ressalta a atriz.
Quando perguntamos se está ansiosa para se ver na telona, entre risos, confessa que está com um medinho. “Fiquei superfeliz com o resultado e acho que o diretor, Maurício Farias, também. Estou com medo da repercussão e comparações, mas estou segura como atriz”, afirma Renata que já está com a cabeça em outro trabalho, sua primeira atuação no teatro, na peça com inspiração mitológica “Cora Primavera”, em que vive Cora e Perséfone, com estreia marcada para 22 de setembro. Dá um close nela! (Por Morgana Bressiani)