Uma escultura de bronze do romeno Constantin Brâncuși que vai a leilão pela Christie’s de Nova York no dia 15 de maio teve o lance inicial fixado em US$ 70 milhões (R$ 233,6 milhões, o que representa uma valorização de 1.400.000% sobre o valor que seus atuais donos – o casal americano de colecionadores Elizabeth e Frererick Stafford – pagaram pela obra impressionista em 1955, quando a compraram diretamente do artista, em Paris. Para efeito de comparação, é beeem mais do que o salto de 39.000% que o índice S&P 500, um dos principais indicadores econômicos dos Estados Unidos, teve de lá pra cá.
Com pouco mais de 78 centímetros de altura, a escultura de 1932 intitulada “La Jeune Fille Sophistiquee – Portrait de Nancy Cunard” (“A Garota Sofisticada – Retrato de Nancy Cunard”) foi inspirada na herdeira britânica que lhe dá nome, cuja família fundou a gigante dos cruzeiros Cunard Line, hoje subsidiária da Carnival Corporation. Nancy, que também era poeta e ativista de direitos civis, foi musa de vários artistas no início do século 20, como Ernest Hemingway, James Joyce e André Breton.
Como se trata de um trabalho único de Brâncusi, daqueles capazes de chacoalhar o mercado de artes, muita gente acredita que a peça vai atrair muitos interessados endinheirados e pode inclusive bater o recorde da famosa “L’Homme Qui Marche I” de Alberto Giacometti, vendida no martelo em 2010 por US$ 104,3 milhões (R$ 348 milhões), até hoje o maior valor já desembolsado por uma escultura. A compradora foi a bilionária brasileira Lily Safra, que a mantém em uma das salas de sua townhouse em Belgrave Square, o quadrilátero mais caro de Londres. (Por Anderson Antunes)