Por Denise Meira do Amaral
Ícone da TV brasileira, Betty Faria completa 73 anos nesta quinta-feira, com muito o que comemorar. A atriz, que começou sua carreira como bailarina [Betty estudou balé clássico por mais de dez anos] e fez sua primeira novela na Globo em 1969, “Acorrentados”, já conta com mais de 30 novelas em seu currículo e uma trajetória de personagens memoráveis. Tem como não lembrar da espevitada Tieta, da socialite divertida de “Água Viva” e de Salomé, ao lado de José Wilker, em “Bye Bye Brasil”? Em conversa com Glamurama, Betty confirmou que está no elenco da próxima novela das seis, “Boogie Woogie”, contou sobre ser avó, sua alimentação vegetariana e sua infância de “princesa rebelde”.
Quais foram os três papéis que mais te marcaram?
Três não dá! Posso falar mais? A Fausta, de “Romance da Empregada”, Salomé, de “Bye Bye Brasil”, Lucinha, de “Pecado Capital”, Tieta e a Pilar, de “Avenida Brasil”. Foram cinco, né? Ai, estou sendo muito injusta com as outras (risos).
Você prefere fazer TV, teatro ou cinema?
Eu sou uma mulher de TV e cinema, apesar da minha base ser teatral. Na TV é tudo tão rápido, não tenho muito tempo para as coisas, mas tenho o maior prazer em fazer televisão. Sou uma mulher de televisão, conheço o métier e adoro. Estou muito contente que ontem tive a primeira reunião de elenco da nova novela das seis [“Boogie Woogie”]. Vimos um filme lindo sobre os anos 70, do Mauricio Branco [“Rio anos 70″] e uma palestra do Nelsinho Motta contando como foi o nascimento do “Dancing Days”. Pra mim, foi um grande presente de aniversário.
Como será seu papel na novela?
Vai ser um papel muito interessante, ambientado nos anos 70, mas eu ainda não estou autorizada a dar mais detalhes. E eu nunca fiz uma novela das seis. Vai ser ótimo trabalhar com o Ricardo Waddington, que eu adoro, fora que o elenco é uma delícia, e vai ter Giulia Gam, Marco Ricca, Bruno Garcia e Isis Valverde.
Você assiste TV?
Muito. Eu vejo novelas porque sou do ramo. E sou do ramo, mesmo. Para notícias, fico ligada na “Globo News” direto.
Qual a sua memória mais marcante de infância?
De eu fugindo de casa pra ir trabalhar no circo, com três anos e meio. Queria ser artista do circo. Parece uma coisa maluca, mas aconteceu. Meu pai era militar e a gente estava numa vila do exército em Lorena. Esperei minha mãe tomar banho e fugi de casa. Só cheguei até o meio do caminho. Depois levei duas palmadas e fiquei de castigo. Lembro perfeitamente. Estava com uma bonequinha preta na mão. Eu já era politicamente correta.
Do que mais sente saudades?
Dos meus filhos pequenos. Tive uma nostalgia muito grande nessa semana. Como eu moro na praia, fiquei olhando as mães com as criancinhas, levando para dar mergulhos…
Mas agora você é avó, né? Como é? [Betty é avó de Giulia (11), filha de Alexandra Marzo, dos gêmeos Valentina e João Paulo (10) e de Antônio (8), os 3 filhos de João de Faria]
É diferente. Ser avó é muito bom, é mais descompromissado. Eu me acho uma boa avó, sou bacana, amorosa, mas também rigorosa. Não sou das que acham que os netos podem fazer tudo. As crianças precisam de limites.
Tem alguma coisa de que você se arrepende em sua vida?
Olha, eu não vou dizer o motivo, mas vou responder assim: algumas escolhas que eu fiz não foram boas para mim, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Alguns atalhos que eu tomei foram árduos, mas hoje em dia eu posso te dizer que eu não posso mais considerar como arrependimento e sim como um grande ensinamento.
Como cuida de sua saúde? Tem alguma rotina de exercícios?
Sou uma ex-bailarina que tem lesão no corpo inteiro e que quando fica velhinha, tem que fazer exercícios especiais, não dá para fazer qualquer coisa. Fiz um tempo de hidroterapia. Mas era do outro lado da Lagoa. Demorava três horas para chegar. Nosso prefeito abriu um canteiro de obras na cidade toda. Está inacreditável… qualquer rua está uma loucura. Só vivendo aqui para saber.
E a sua alimentação? Continua vegetariana?
Eu sou vegetariana desde que nasci. Eu peço comida todos os dias no restaurante vegetariano e eles entregam aqui em casa. Minha mãe tentava me dar carne escondida e eu cuspia tudo. Já nasci rebelde (risos). Eu não gostava de carne, não gostava de comer bicho morto, sempre tive essas paradas. Claro que com o decorrer da vida fui ficando mais maleável. Se eu estou gravando no meio do sertão, tenho que comer o que tem. Na fome a gente come até bode. Mas bode eu nunca comi, não (risos).
Você então não se arrisca na cozinha?
Eu, não! Uma amiga até me deu uma panela hoje de aniversário, pra fazer arroz e brócolis. Mas preciso ver o manual. Não sou dessas pessoas que vão para a cozinha. Minha mãe tinha uma empregada que me criou com bandeja na cama. Então o máximo que eu sei fazer é ovo estalado. Eu me queimo, detesto cozinhar. Prefiro ouvir uma música, ler alguma coisa. Minha vida me mimou muito. Fui criada para ser princesa.
Tem algum sonho que você gostaria de realizar?
Tenho, mas não conto. Tenho sonhos muito bacanas, mas preciso fazer a causa do sonho com meus pensamentos.
E hoje, vai ter festa?
Este ano não vou fazer festa. Eu não estou no “mood”. Não estou querendo. Quero receber carinhos assim, por telefone, uma visita, presentinhos. Quem quiser passar aqui e me dar um beijo vou adorar!
Para comemorar, Glamurama mostra os cinco principais papéis de Betty Faria, escolhidos pela própria atriz.
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