Enquanto isso, na coletiva de imprensa de “Robocop”, de José Padilha, que está acontecendo no hotel Marriot, em Copacabana, no Rio, Michael Keaton é só piadas. O ator, que no filme interpreta Raymond Sellars, o diretor-executivo da corporação que constrói Robocop, respondeu porque aceitou tal papel. “Samuel L Jackson [ que dá vida a Pat Novak, carismático e multimilionário magnata das telecomunicações] disse que aceitou só de saber que Padilha dirigiria, mas comigo foi ao contrário. Quando soube, não queria mais. Mas não dava mais tempo de desistir! Brincadeira.. José é muito talentoso, você consegue ver a cabeça dele crescendo na sua frente, um cara que seria incapaz de fazer um filme comum. Se ele dirigisse ‘Debi e Loide’ você sairia do cinema pensando: ‘hum, estupidez é algo interessante…”
Ainda espirituoso, Keaton falou sobre a nossa língua: “português é engraçado. A gente responde apenas ‘não’ e vocês usam várias palavras pra traduzir isso. Hemingway em português ficaria gigante!” Alguns minutos depois, continuou: “Acho que o problema não é o português. Você que fala muito, José [Padilha]” O diretor entrou na dança: “Vou dar pra ele um livro do Guimarães Rosa de presente”, e todos riram.
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