Apesar de ser celebrado anualmente desde 1866 nos Estados Unidos, o próximo 19 de junho – data em que se comemora a abolição da escravatura no país, também conhecida como “Juneteenth” e “Dia da Liberdade” – não é um feriado nacional. Mas é possível que isso mude logo, sobretudo diante das mudanças que estão acontecendo em razão do ressurgimento do movimento Black Lives Matter, que voltou com tudo desde o assassinato de George Floyd por um policial branco de Minneapolis.
Várias empresas americanas, por exemplo, estão enviando e-mails a seus funcionários informando que não haverá expediente na próxima sexta-feira. A lista de companhias que estão aderindo é cada vez maior, e inclui desde gigantes como o Facebook até negócios menores. Uma das que mais chamaram atenção recentemente foi a Jordan Cooper LLC, responsável pela administração de alguns dos condomínios mais luxuosos de Nova York e região.
“Dada a perturbadora realidade do racismo sistêmico nos estados unidos, nosso compromisso nesse momento é aprender e evoluir em tempo real a fim de garantir que estaremos promovendo mudanças significativas dentro de nossa empresa e nas comunidades ao nosso redor a partir de agora. E por isso decidimos considerar o ‘Juneteenth’ como um feriado”, informou a Jordan Cooper LLC em mensagem eletrônica encaminhada aos seus colaboradores.
Oficialmente, o “Juneeteenth” é reconhecido como um dia de observância em 47 dos 50 estados americanos, com a realização de cultos em muitos deles, ocasião em que se leem textos e poemas de grandes nomes como Maya Angelou e Ralph Ellison. Mas essas celebrações costumam reunir apenas afrodescendentes e não são acompanhadas por toda a população dos EUA. A ideia agora é que isso mude, e ativistas que há anos pediam pela declaração de um feriado oficial acreditam que estão perto de conseguir o que tanto querem. (Por Anderson Antunes)