João Emanuel Carneiro gosta de vilões com um lado bom e mocinhos com falhas de caráter. Não é diferente com Beto Falcão [Emilio Dantas], que aceitou fingir a própria morte e lucrar em cima disso, sendo levado pela mulher, Karola [Deborah Secco], e pelo irmão Remi [Vladimir Brichta], uma dupla de aproveitadores gananciosos na novela “Segundo Sol”. Sempre facilmente manipulado, falta pulso firme ao protagonista. Emilio concorda: “Talvez por Beto ser um cara muito fraco, a Luzia [Giovanna Antonelli, mocinha da trama] não está mais querendo voltar pra ele. Ela sumiu de novo… Ele falou toda verdade pra ela já. E ela sumiu. O que sobra pra ele fazer depois que já contou tudo?”, pergunta o ator.
“Acho que o João quis colocar esse personagem, Beto, com essa energia feminina. Parece que o mocinho é a mocinha da história. Procurei entrar nessa, fazer um mocinho fora da curva mesmo. É muito importante esse debate do masculino no mundo de hoje. Acho mesmo que falta uma energia feminina, no geral. Cuidado, afeto, carinho, sentimento… Isso é energia feminina. A masculina é coragem, audácia, virilidade, o ímpeto. Todo mundo tem as duas dentro de si, a questão é qual você está botando à frente naquele momento. O Beto é um cara guiado, sim, por uma energia feminina. Pediu pra Karola voltar pra casa priorizando a criação do Valentim [filho de Beto, papel de Danilo Mesquita]…”, opinou o ator. “O masculino do mundo inteiro está nesse lugar do machismo. Está havendo uma interpretação errada do que é ser homem, macho. Está faltando a energia do respeito, afeto, cuidado, carinho. É o momento de limpar muita coisa”.
Sobre estar contracenando com Fabiula Nascimento, sua mulher na vida real, que faz a irmã de Luzia na trama: “A gente fica pirando em casa. Pega as cenas para ensaiar e vai pra onde quiser, fica brincando, reavaliando… E já chega para gravar com tudo muito bem trabalhado por nós dois na noite anterior”. Emilio diz que, claro, não sente ciúmes da química no set dela com Fabricio Boliveira, o Roberval, seu namorado na novela. “Se rolar alguma coisa é porque a pessoa não entendeu a profissão. Pra mim, é tranquilo. Ela está trabalhando. E fazendo um trabalho ótimo. O Fabricio também. Talvez se ela estivesse contracenando com alguém que não levasse o trabalho a sério, poderia ter problema… Se fosse com 12, talvez eu tivesse problema. Anos! Não pessoas (risos)”. (por Michelle Licory)