Em sua estreia na Broadway, Bruce Springsteen contará causos para público reduzido

Bruce Springsteen || Créditos: Getty Images

Depois de mais de quatro décadas enchendo estádios e arenas mundo afora com seus shows, Bruce Springsteen estreia na próxima terça-feira sua tão comentada residência na Broadway. Acostumado com as multidões de suas turnês globais, o roqueiro americano terá no novo job um público de no máximo 960 pessoas em cada uma das cinco apresentações semanais que fará no Walter Kerr Theater, um dos teatros mais famosos e antigos de Nova York, e os ingressos para conferir a performance dele estão sendo disputadíssimos, com preços que variam entre US$ 700 (R$ 2,2 mil) e US$ 2,4 mil (R$ 7,6 mil) por pessoa.

Springsteen, conhecido pelo apelido “The Boss” (“O Chefe”) nos Estados Unidos, resolveu ir pelo caminho do “downsizing” depois de um pocket show que fez na Casa Branca em janeiro, na última semana de Barack Obama como presidente do país. Convidado pelo democrata para interpretar seus hits apenas para os cerca de 250 funcionários da residência oficial, o autor de “Born To Run” se empolgou e, entre uma música e outra, contou causos e histórias dos tempos em que batia ponto nos bares de NY e nem sonhava em se tornar o herói dos trabalhadores americanos por conta de suas letras de cunho quase político.

“O jeito que ele combina os relatos com as cancões parece até simples, mas é arte pura”, Jon Landau, empresário do cantor, disse em entrevista ao “The New York Times”. Landau e Patti Scialfa, a mulher de Springsteen, são os responsáveis por convencê-lo a se aventurar pelos palcos de NY, e fizeram isso já no voo de volta para casa depois da visita histórica à Casa Branca. Batizada simplesmente “Springsteen on Broadway”, a residência tem uma equipe de respeito que inclui a designer de luz Natasha Katz, vencedora de um prêmio Tony pelo musical “Once”, e Brian Ronan, diretor de som do aclamado “The Book of Mormon”.

Ao “Times”, Springsteen revelou que será ele mesmo o diretor do “one-man show” sem roteiro, e que dividirá a cena apenas com um piano e algumas de suas guitarras. “Qualquer coisa além das músicas e das histórias pode distrair o público. Isso sempre acontece quando estou em turnê”, ele disse, com a experiência de alguém que só perde para Madonna, o U2 e os Rolling Stones entre os artistas que mais venderam ingressos de shows musicais em toda a história: desde 1974, quando caiu na estrada com o sucesso de “Born To Run”, a bilheteria dele já superou a marca de US$ 1,25 bilhão (R$ 4 bilhões). (Por Anderson Antunes)

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