O fim com ares de novela mexicana da parceria entre Kanye West e a Adidas, que também virou briga judicial, ganhou mais um capítulo.
Nos últimos autos da ação que a gigante alemã dos produtos esportivos move contra o rapper americano, por conta do imbróglio causado por declarações antissemitas que ele postou no Twitter em outubro do ano passado, a empresa também o acusa de ter desviado pelo menos US$ 75 milhões, para seu uso pessoal, de uma verba de marketing de US$ 100 milhões criada unicamente para investir na promoção dos sneakers da marca Yeezy, fundada por West e com a qual operava em forma de joint venture.
O ex-marido de Kim Kardashian, que atende por Ye desde que mudou seu nome legalmente, em 2021, ainda não respondeu essa nova queixa feita recentemente e durante a fase de arbitragem do processo, que corre na justiça dos Estados Unidos. Ainda de acordo com os documentos processuais, o banco americano JPMorgan Chase, que teria sido o responsável pela movimentação de valores, é citado pela Adidas como testemunha do suposto malfeito.
Fundada em 1924 por Adolf Dassler, a Adidas prevê encerrar 2023 com um prejuízo operacional de quase US$ 800 milhões, em parte causado pelo encerramento da produção dos produtos da Yeezy que fabricava, e que lhe geravam receitas anuais de aproximadamente US$ 1,5 bilhão. Em 2022, a companhia faturou US$ 24 bilhões e registrou um lucro líquido modesto, de menos de US$ 300 milhões.
O maior perdedor de toda essa história, no entanto, foi mesmo West, cuja fortuna estimada em US$ 2 bilhões antes dos polêmicos tuítes caiu para os atuais US$ 400 milhões em razão das postagens polêmicas. Desse patrimônio reduzido, o artista e empresário ainda corre o risco de ser obrigado a abrir mão de muitos outros milhões, a fim de bancar os salários dos advogados que o defendem das acusações feitas pela Adidas. Sem falar nas indenizações que possivelmente o astro do hip hop será condenado a pagar.