Jornalista de formação e artista por vocação: assim é Maria Ribeiro, atriz, escritora e diretora de cinema, que esteve em novelas como “Império”, que vai ser reprisada em breve, e em séries como “Todas as Mulheres do Mundo” (Globoplay), além da elogiada “Desalma”, também disponível no streaming da Globo e que foi renovada para a segunda temporada. Com longa carreira na arte, Maria foi a convidada da live com Joyce Pascowitch desta sexta, que começou falando sobre um assunto importante, mais do que nunca nos dias de hoje: saúde mental.
“Para me sentir bem, para viver, eu sempre recomendo análise. Brinco que meus pais me educaram, mas quem me concertou foi a Mônica, minha terapeuta freudiana. Eu me encontrei, e sinto prazer em me descobrir. Uso tudo o que aprendi nesses 20 anos de análise com os meus filhos. Às vezes eles estão chateados e não sabem o motivo, então tento conversar com eles”, explica a atriz, que está passando a quarentena com os filhos Bento, de 11 anos e João, de 18, e com a mãe, Marina.
Intensa, Maria falou sobre seus novos projetos, entre eles ‘Outubro’, documentário dirigido por ela e por Loiro Cunha, que já está disponível no Now. “É uma analogia entre casamento e democracia, dois sistemas que, mesmo falhos em vários momentos, são as melhores coisas e as que eu mais gosto. Nessa época, eu tinha acabado de me separar do Caio Blat, e estava vivendo aquela fase de entender que nada é para sempre, assim como foi com o Paulo (Betti). Tudo isso mudou muito a forma como eu enxergava o casamento. Para o filme, me vesti de noiva e fui no meio de um protesto pró Bolsonaro na Paulista gritar ‘ele não’. Foi um grito para todos os homens, mas especialmente para o Bolsonaro”, contou a atriz, que atualmente namora o diretor de fotografia Miguel Lindenberg.
Aos 45 anos, Maria Ribeiro é uma mulher feminista de opinião forte, mas essa construção fez parte de um processo demorado e que demandou muito estudo e cura. “Sempre fui feminista de alguma forma. Lembro do meu pai sendo grosso com a minha mãe, e não queria que ninguém me tratasse daquele jeito. Ao mesmo tempo, esse medo me fechou bastante. Não conseguia me jogar nos relacionamentos. O que me deixou ainda mais aberta para o movimento foi participar do ‘Saia Justa’. Foi quando me toquei que não sabia de nada e que precisava estudar”, desabafou.
Ela também contou o que aprendeu na quarentena e o que a tira do sério atualmente: “Estou aprendendo a não deixar nada para depois, principalmente declarações carinhosas. Estou bem emotiva e sensível, até porque estou com medo. E não consigo aturar o Bolsonaro. Não dá para relativizar o Bolsonaro. Nós estamos falando de um assassino, que faz homenagem a torturador”. Confira o papo na íntegra dando play: