Advogada, ativista pelo gênero e raça, empresária musical, palestrante, estudante de MBA, mãe e mulher. Essa é Eliane Dias, convidada de Joyce Pascowitch para a live desta sexta-feira, que mostrou como as mulheres podem – e devem – ser empoderadas. Na conversa, elas falaram sobre trajetória, preconceito, empreendedorismo e, principalmente educação, que para Eliane é o ponto fundamental para mudar o Brasil e fazer com que as mulheres sigam o caminho do sucesso e da independência: “Primeira coisa, fundamental pra mudar a nossa estatística é estudo, minha vida sempre foi pautada nisso. Depois, a mulher tem que ser um pouquinho egoísta, se colocar em primeiro lugar. Por fim, entender que a igualdade entre homens e mulheres é necessária, que não é pecado a mulher ser independente, ir e vir, comprar seu carro sozinha, escolher seu companheiro, precisa ter essa noção de que podemos fazer tudo”, explicou.
E Eliane é exemplo para os dois filhos, Jorge e Domenica, frutos de seu casamento com o músico Mano Brown, pois eles sempre a viram estudando, com livros na mão e sabiam do esforço dela para se tornar advogada e ter sucesso em seus negócios. A empresária também contou como é preocupante ser jovem e negro no país e respondeu sobre a diferença entre ser mãe de filhos pretos e brancos: “Ensino pros meus filhos que eles são negros e uma bala sempre encontra um corpo negro. A mãe de filho branco tem uma tranquilidade dele ir numa festa e voltar. A gente tem que ensinar que se a polícia parar tem que colocar a mão para cima, se identificar e até que ter uma pessoa branca junto porque é mais seguro. Enquanto essa escolinha de treinamento da polícia existir, essa será a nossa realidade. Tem que colocar mais negro na chefia”, diz a advogada.
O Brasil atual e as consequências da pandemia também foram tema do papo, e sobre isso ela refletiu: “Para ter um Brasil possível, de cara acho que as pessoas precisam ter consciência e empatia. Se abre, ouve, presta atenção. Qualquer ser humano pode praticar isso”, e ainda completou como o isolamento fez o racismo aflorar: “Em algum momento, as pessoas têm que soltar suas neuras, e ficar sozinha, ter o seu silêncio, se ver, entender que é metódico, se entender enquanto ser humano, faz isso aparecer. Muitos acham que estão protegidos atrás da internet, mas quero deixar claro que a internet não é terra de ninguém não. Eu não discuto na rede, bloqueio e cinco minutos depois esqueço dele”, conta.
E não foi só isso. Na live, ela ainda revelou que adora filmes ruins e é viciada em Investigação Discovery e programas que mostram a autopsia dos famosos. E ainda destacou o profissionalismo que vê no exterior, sempre que acompanha o marido ou participa de algum evento lá fora, contou quem são as mulheres referências em sua vida, e que sente muito em ter que falar sobre racismo sempre, já que esse é um tema necessário e que precisa ser muito comentado, mas que ela é uma mulher cheia de projetos e histórias bacanas. Inclusive, Eliane está com novidade na área: a marca de streetwear Yebo, que significa ‘Sim’. Quer mais? Play na conversa que vale a pena.